ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 08-12-2004.
Aos oito dias do mês de dezembro de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Mário Fraga, Pedro Américo Leal, Professor Garcia e
Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo
Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Gerson Almeida,
Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Nereu D'Avila, Renato
Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo.
Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Nonagésima
Quarta, Nonagésima Quinta, Nonagésima Sexta, Nonagésima Sétima e Nonagésima
Oitava Sessões Ordinárias que, juntamente com a Ata da Nonagésima Terceira
Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
João Antonio Dib, o Pedido de Providências nº 2244/04 (Processo nº 5700/04) e o
Pedido de Informações nº 176/04 (Processo nº 5698/04); pelo Vereador Reginaldo
Pujol, os Pedidos de Informações nos 174 e 175/04 (Processos nos
5676 e 5686/04, respectivamente). Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos
512 e 515/04, firmados pela Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as
Representações Externas deste Legislativo, respectivamente, do Vereador
Guilherme Barbosa, hoje, no Seminário “Dez Anos da Lei Gaúcha das Águas –
Conquistas e Desafios”, das nove às dezessete horas e vinte minutos, na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, e da Vereadora Helena
Bonumá, hoje, no Seminário Nacional de Centros de Referências às Vítimas de
Violência, a partir das quatorze horas, no Auditório do Paço dos Açorianos, em
Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 255512, 255516
e 255257/04, do Senhor Arionaldo Bonfim Rosendo, Diretor Executivo do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Luiz Braz questionou a validade da antecipação do Imposto Predial e Territorial
Urbano no Município, ressaltando que essa cobrança será feita em dois mil e
quatro para um tributo que é relativo à dois mil e cinco. Ainda, manifestou-se
contrariamente à percentagem de desconto desse imposto, oferecido ao
contribuinte, alegando que esta Casa não foi consultada sobre a definição
desses valores. O Vereador João Antonio Dib teceu considerações acerca da
independência dos Poderes Executivo e Legislativo, comentando disposições da
Lei Orgânica de Porto Alegre, no que se
refere às limitações da Prefeitura Municipal em conceder benefícios tributários
sem a anuência deste Legislativo. Nesse contexto, contrapôs-se à antecipação na
cobrança de tributos municipais, ressaltando que os Vereadores exercem a função
de fiscais do povo e devem zelar pelo cumprimento das Leis. A seguir, foi
apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada
do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para
Tratamento de Saúde para a Vereadora Maristela Maffei, no dia de hoje, tendo a
Senhora Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente Juarez Pinheiro,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça.
Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Carlos Pestana,
Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Adeli Sell em
assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela
Maffei. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Juarez Pinheiro, respondendo às
afirmações dos Vereadores João Antonio Dib e Luiz Braz, acerca da antecipação
na cobrança de tributos municipais, explicou que não há qualquer ferimento
ético ou legal nas proposições do Executivo Municipal, que versam sobre o
assunto. Nesse sentido, analisou as particularidades do Imposto Predial e
Territorial Urbano – IPTU – que justificariam, segundo Sua Excelência, sua
cobrança antecipada. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia
abordou anúncio efetuado pelo Governo Municipal, de concessão de descontos para
pagamentos antecipados do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. Ainda,
manifestou seu apoio à mobilização da comunidade da região do Lami, que requer
a implantação de curso de Ensino Médio nas proximidades da Estrada do Varejão,
convidando a todos para debate acerca do assunto, hoje à noite, na Escola
Estadual Coelho de Souza. O Vereador Elói Guimarães mencionou dados econômicos
do Município de Porto Alegre divulgados pelo Prefeito João Verle durante o
período de campanha eleitoral, em outubro do corrente, comparando essas
informações com as justificativas apresentadas pelo Executivo Municipal na
concessão de descontos para antecipação de receita tributária. Finalizando,
declarou que o assunto deve ser bem discutido nesta Casa, em vista das
conseqüências dessa medida em termos de receita municipal. O Vereador Ervino
Besson saudou o comparecimento, neste Legislativo, de moradores da Zona Sul da
Cidade, que acompanham a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 057/04.
Ainda, registrou a presença de produtores rurais do Bairro Vila Nova, defendendo
a atuação desta Câmara como intermediadora junto à Secretaria Municipal da
Produção, Indústria e Comércio, na busca de políticas públicas que possibilitem
melhores condições de trabalho para esses agricultores. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador Wilton Araújo
formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente
Sessão. Às quinze horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatorze minutos, constatada a
existência de quórum. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal de
autoria do Vereador Wilton Araújo, solicitando alteração na ordem de apreciação
da matéria constante na Ordem do Dia, tendo se manifestado a respeito o
Vereador Reginaldo Pujol. A seguir, foram apregoadas a Emenda de nº 04, de
autoria do Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 008/03 (Processo nº 2405/03); e as Emendas de nos
02 e 03, propostas pelo Vereador Aldacir Oliboni e assinadas pelo Vereador
Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, de nos 04 e 05, propostas
pelo Vereador Aldacir Oliboni e assinadas pelo Vereador Beto Moesch, Líder da
Bancada do PP, e de nº 06, proposta pelo Vereador Aldacir Oliboni e assinada
pelo Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 048/04 (Processo nº 1212/04). Também, foi aprovado Requerimento
verbal de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando a votação em bloco
dos Projetos de Lei do Legislativo nos 109/98, 326/03 e 134/04 e do
Projeto de Resolução nº 111/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 158/04, por vinte e quatro votos
SIM, tendo votado os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana,
Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Mário Fraga, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 174/04, por vinte e três votos SIM,
tendo votado os Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mário Fraga, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton
Araújo. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 184/04, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Mário Fraga, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/04, por vinte e cinco votos
SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch,
Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Margarete Moraes, Mário Fraga, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 103/04, por dezessete
votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Juarez Pinheiro, Cláudio Sebenelo, Reginaldo Pujol, Haroldo de Souza
e Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac
Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mário
Fraga, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo, Não
os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Guilherme Barbosa, Haroldo de
Souza, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Renato Guimarães e Sofia Cavedon e tendo
optado pela Abstenção a Vereadora Margarete Moraes. A seguir, a Senhora
Presidenta convidou a todos para reunião que será realizada no dia treze de
dezembro do corrente, às dez horas, neste Plenário, com a bancada gaúcha da
Câmara dos Deputados, tendo como tema a dívida previdenciária dos Hospitais Vila
Nova e Beneficência Portuguesa. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 120/04. Em Discussão Geral e Votação, foram votados
conjuntamente e aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 109/98,
134/04 e 326/03, este com ressalva da Emenda a ele aposta, e o Projeto de
Resolução nº 111/04. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 326/03. A seguir, foram apregoadas a Subemenda de nº 01, de
autoria do Vereador Wilton Araújo, Líder da Bancada do PPS, à Emenda nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/04 (Processo nº
3914/04); e as Emendas de nos 05, de autoria do Vereador Reginaldo
Pujol, Líder da Bancada do PFL, e de nº 06, de autoria do Vereador Professor
Garcia, Líder da Bancada do PSB, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 008/03 (Processo nº 2405/03). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 008/03, o qual, após ser discutido pelos
Vereadores Luiz Braz, Guilherme Barbosa, Beto Moesch, Reginaldo Pujol, Gerson
Almeida e Carlos Pestana, teve declarado encerrado o seu período de discussão e
teve sua votação adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do
Vereador Guilherme Barbosa. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 008/03, o Vereador Cláudio Sebenelo cedeu seu tempo de
discussão ao Vereador Reginaldo Pujol. Na oportunidade, a Senhora Presidenta
registrou as presenças dos Vereadores Paulo de Góis e Efre Pissolotto, do Partido
Democrático Trabalhista, e Abílio Kuhn, do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro, da Câmara Municipal de Tio Hugo – RS; e do Vereador João Ari
Strapazzon, eleito para a próxima Legislatura, pelo Partido Social Brasileiro,
da Câmara Municipal de Eldorado do Sul – RS. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 057/04, após ser discutido pelos
Vereadores Wilton Araújo, Sebastião Melo, Renato Guimarães, Isaac Ainhorn,
Haroldo de Souza, Professor Garcia, Beto Moesch e Elói Guimarães e encaminhado
à votação pelo Vereador Mário Fraga. Após, foi apregoado Requerimento de
autoria do Vereador João Antonio Dib, deferido pela Senhora Presidenta,
solicitando a votação em destaque do artigo 3º do Projeto de Lei do Executivo
nº 043/04 (Processo nº 4079/04). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Executivo nº 043/04, com ressalva do destaque a ele aposto,
após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo e Juarez Pinheiro. Foi
votado destacadamente e rejeitado o artigo 3º do Projeto de Lei do Executivo nº
043/04, por sete votos SIM e treze votos NÃO, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni,
Carlos Pestana, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Juarez Pinheiro, Maria
Celeste e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Beto Moesch, Cláudio Sebenelo,
Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mário
Fraga, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo e Wilton Araújo. Às dezoito horas e quatro minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e sete
minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi aprovado
Requerimento verbal de autoria do Vereador Wilton Araújo, solicitando que seja
mantida a ordem original de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 123/04, o
qual, após ser discutido pelos Vereadores Pedro Américo Leal, Isaac Ainhorn,
Haroldo de Souza e Carlos Pestana, foi retirado de tramitação, a Requerimento,
aprovado, de autoria do Vereador Pedro Américo Leal. Durante a apreciação do
Projeto de Lei do Legislativo nº 123/04, o Vereador João Antonio Dib cedeu seu
tempo de discussão ao Vereador Pedro Américo Leal. Na ocasião, em face de
Questão de Ordem formulada pelo Vereador Reginaldo Pujol, a Senhora Presidenta
prestou informações acerca do processo de discussão do Projeto de Lei do
Legislativo nº 123/04. Também, os Vereadores Elói Guimarães e Cassiá Carpes
manifestaram-se acerca da discussão e tramitação desse Processo na Casa. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
003/04, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 011/04. Em Discussão
Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/04,
com ressalva da Emenda a ele aposta, o qual recebeu sete votos SIM, em verificação
de votação solicitada pelo Vereador Gerson Almeida, após ter sido aprovado em
sua votação simbólica, tendo votado os Vereadores Beto Moesch, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Pedro Américo Leal e
Reginaldo Pujol, votação esta declarada nula pela Senhora Presidenta, em face
da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e quarenta e seis
minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Ervino Besson e secretariados
pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ofereço a palavra para Comunicação de
Líder, senão deveremos fazer nova verificação de quórum a fim de entrarmos na
Ordem do Dia.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou fazer hoje, Ver. João Antonio Dib, mais
este tempo de Liderança, em virtude do quórum que temos aqui, para que possamos
ganhar tempo para que os Vereadores possam vir a este plenário.
Mas,
ao mesmo tempo, quero aproveitar este tempo de Comunicação de Líder para
explicitar uma dúvida que me ocorreu, Ver. Haroldo, quando do anúncio da
Prefeitura Municipal sobre a antecipação do IPTU.
Eu
vi, meu Líder Cláudio Sebenelo, primeiramente, uma impossibilidade legal para
que a Prefeitura fizesse o anúncio nos moldes em que fez. A Prefeitura disse
que no mês de dezembro aqueles que quisessem pagar antecipadamente o IPTU
teriam um desconto de 28%. Eu aprendi, nos bancos universitários, que sempre,
quando nós estamos mexendo em tributos, sempre que estabelecemos tributos,
modificamos, alteramos de alguma forma tributos, nós temos de fazê-lo através
de lei. Existe, é claro, uma autorização desta Casa para ser feita antecipação
àquelas pessoas que quiserem pagar de uma vez só o IPTU, havendo, então, um
desconto. Mas essa antecipação não poderia ser dada para antes do início de validade
do tributo. Todos nós sabemos que o IPTU só começa a ser devido a partir do dia
1º de janeiro de cada ano. Por que o dia 1º de janeiro, Ver. Elói Guimarães?
Porque é aí que se faz aquilo que se chama incidência. O Geraldo Ataliba,
inclusive, escreveu um livro chamado Hipótese de Incidência, exatamente para
demonstrar a partir de que momento...
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. LUIZ BRAZ: Não, não é fato gerador, Vereador, aí é
que se nota claramente a diferença entre o fato gerador e a hipótese de
incidência. O fato gerador é a descrição exatamente de como é que, de repente,
aquele imposto pode ser devido. É uma teoria a respeito de como aquele imposto,
na verdade, é devido. A incidência é o momento inicial; é quando aquele
imposto, legalmente, começa a ser devido. E a hipótese de incidência está
exatamente no dia 1º de janeiro. Antes do dia 1º de janeiro não existe o IPTU
do ano de 2005! Nós já aprovamos aqui o IPTU, já falamos qual vai ser a
previsão de arrecadação, mas ainda não podemos dizer que ele é um imposto
válido. Ele só vai ser válido a partir de 2005; aí ele vai ganhar fóruns de
legalidade. Antes disso, não.
Ora,
como é que, além de se fazer essa antecipação para dezembro, ainda se coloca um
percentual que não foi aprovado por esta Casa? Mexe-se em tributos,
estabelece-se percentual sem ser votado! Está sendo dado, agora, 28% de
desconto sem que esta Casa fosse consultada! Não existe nenhum Vereador desta
Casa que tenha consubstanciado essa medida que foi adotada pelo Executivo
Municipal.
Consultei
o Tribunal de Contas a respeito desse assunto, e lá ouvi o Procurador Dr. Cezar
Miola. Eu já tinha participado de uma palestra com o Dr. Cezar Miola, e ele é
defensor dessa tese, porque, afinal de contas, ela está amparada por
praticamente todos os doutrinadores. Mas as coisas estão acontecendo. Eu,
infelizmente, não vejo nenhuma ação por parte desta Casa. Eu aproveito a
presença da Presidenta, minha amiga Verª Margarete Moraes, para registrar -
sempre faço questão de dizer isso - que ela é uma pessoa privilegiada porque
foi a primeira mulher a presidir este Legislativo, e realmente teve uma
competência, uma capacidade muito grande para levar a sua missão avante, mas
temos, Srª Presidenta, que consultar o Tribunal de Contas, como instituição,
para sabermos quais são as ações que este Legislativo deve tomar para,
realmente, coibir uma ilegalidade que está em curso por parte do Executivo.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, a Lei Orgânica é
muito clara quando diz que Executivo e Legislativo são dois Poderes
independentes e harmônicos. Eu tenho dito que muitas vezes o Executivo
Municipal se excede, toma medidas que não poderia tomar sem a autorização desta
Casa, como, por exemplo, comprar um imóvel; uma hora ele diz que precisa de
autorização, outra hora ele diz que não precisa, mas fico contente com o
pronunciamento do Ver. Luiz Braz, porque, na segunda-feira, eu fiz um
Requerimento que eu queria que fosse votado na hora para que fosse analisada a
ilegalidade do Decreto do Prefeito. Eu não vou olhar, Ver. Luiz Braz, o problema
da antecipação, porque estamos antecipando o IPVA; talvez tenha base jurídica,
talvez não, eu não vou discutir esse ponto, mas a Lei Orgânica, no seu art.
113, é clara: qualquer incentivo, qualquer benefício dado em matéria tributária
só pode ser por Lei Complementar da Casa. Então, o Prefeito não podia dar.
No ano passado ele fez isso, mas era dentro da mesma
Administração, ninguém estava preocupado; mas, agora, eu disse que não era
ético e que também não era moral, e agora eu estou afirmando que é ilegal. E é
tão ilegal o Decreto do Prefeito que ele fere a Lei Complementar nº 7, art. 82.
Ele está dando um benefício, um incentivo até o dia 03 de janeiro, quando ele
não será mais Prefeito. Mas no dia 03 de janeiro só pode ser 20%. Aí é claro,
preciso e conciso, está escrito na Lei. Mas a Casa, que na segunda-feira fez
três Sessões para votar a Pauta, para atender aos anseios do Executivo, não
podia analisar o Requerimento, que tinha que ser analisado, porque é o momento!
Dia 15 termina a Legislatura, e o que nós vamos fazer? A Comissão de Justiça
não se reúne mais até o dia 15! Então, não há praticamente o que fazer. Eu
queria que na segunda-feira fosse votado pelo Plenário, pode, poderia, foi
protocolizado. Não o vi; na Ordem do Dia não está o Requerimento que eu fiz.
Então,
é muito difícil quando se deixa um Poder dominar outro, o dominado termina
perdendo sempre. E nós temos deixado muitas vezes o Executivo tomar
providências lá, como comprar um prédio na rua da Praia; financiou o prédio, e
não houve autorização nem para a compra do prédio, que eles diziam na escritura
ter 16 andares e só tem 15, não dizem quantos metros quadrados compraram, não
dizem a área do terreno, não dizem coisa nenhuma! E financiaram; e
financiamento só se faz com autorização legislativa! Levantei o problema aqui,
discuti, discuti e não consegui nada. Então, nós temos deixado o Executivo
predominar sobre o Legislativo, como fez agora S. Exª o Sr. Prefeito mandando
uma Mensagem Aditiva a uma abertura de crédito especial, em que ele pede 380
mil reais de publicidade para os últimos 20 dias de Administração!
Então,
temos de ter muito cuidado. Nós somos aqui os representantes do povo, os
fiscais que o povo mandou para cá. Nós não viemos para cá para fazer as
vontades do Executivo, nós vamos atender ao Executivo quando esse for o anseio
do povo e não fazer apenas o que o Prefeito decide fazer por Decreto, e não
pode! É por isso que, muitas vezes, os Vereadores são agredidos aqui, porque
lutam contra os Decretos. Podemos até concordar com a idéia do Decreto, mas
autoridade se exerce todos os dias, plenamente, ou não se tem autoridade. No
momento em que nós permitirmos quebra de autoridade, nós vamos permitir sempre.
Portanto,
eu gostaria de ver analisado o Requerimento que fiz. Cumprimento o Ver. Luiz
Braz pela preocupação que teve também, no mesmo sentido que eu. O Prefeito não
pode fazer o que está fazendo, não é ético, não é moral e é ilegal. Saúde e
PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maristela Maffei solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de Licença da Verª Maristela Maffei e dada posse
ao Suplente, conforme consta na Ata.)
Solicito
a liberação do painel eletrônico para verificação de quórum para ingressarmos
na Ordem do Dia. (Pausa.)
A
pedido do Ver. Luiz Braz, vamos conceder Liderança aos Vereadores. O Ver.
Juarez Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço a Presidenta e também o gesto do Ver.
Luiz Braz, elegante, mesmo que a Presidência já tivesse corretamente
determinado o registro das presenças para ingressarmos na Ordem do Dia, pela
possibilidade de a Bancada do PT fazer, aqui, a sua manifestação em cima,
logicamente, das últimas falas do Ver. João Dib e do Ver. Luiz Braz.
Caro
Ver. Luiz Braz, eu estava adentrando o plenário quando V. Exª fazia o seu
pronunciamento, mas sei que V. Exª tem sido um estudioso do Direito Tributário,
e, inclusive, V. Exª faz um curso de pós-graduação, o qual, talvez, já tenha
até terminado.
Eu
peço vênia por não ter escutado as suas palavras, e, eventualmente, não
respondê-las, mas eu queria, aqui, fazer algumas observações, tanto do ponto de
vista ético, como do ponto de vista legal.
Do ponto de vista ético, não existe alguém que possa ter o
dom divino de dizer o que é e o que não é ético. Eu poderia perguntar, por
exemplo, Ver. Luiz Braz, se foi ético, no Governo Britto, a venda do patrimônio
público da forma como foi feita, antecipando, praticamente, dois Orçamentos. Eu
acho que isso não foi ético. Mas essa é uma avaliação minha, que, talvez, não
seja a do Ver. Luiz Braz e nem a do Ver. João Dib. Também, do ponto de vista
ético, nós poderíamos perguntar se um detalhe burocrático – se houver
controvérsia, eu acho que não existe controvérsia jurídica – poderia suplantar
o direito dos trabalhadores municipários de receberem, em dia, por exemplo, o
seu 13º salário. O que seria mais ético, Ver. João Dib: o pagamento do 13º
salário, ou nós obedecermos a uma regra que não está clara, no sentido de
cumprir algo que nem é cogente?
Agora,
Ver. Luiz Braz, do ponto de vista legal, V. Exa sabe, bem como o sabem os Srs.
Vereadores, que o IPTU é um imposto chamado de imposto periódico, e no Direito
Tributário não se pode cobrar um imposto se ele ainda não foi lançado. Aí, sim,
haveria impedimento legal, Ver. João Dib. Eu até pediria que V. Exª, que é um
dos Vereadores mais experientes, fosse estudar ou talvez até consultar com o
Ver. Luiz Braz que está estudando.
O
IPTU, Ver. João Dib, é lançado sempre no primeiro dia do ano correspondente, e,
a partir daí, correm os prazos de prescrição. Por exemplo, para que o Município
execute um cidadão que não pagou, por alguma razão, o IPTU, ele não pode deixar
de fazê-lo no prazo de cinco anos. E, para a contagem do prazo de prescrição, a
doutrina e a jurisprudência não têm nenhuma dúvida de que o IPTU é um imposto
periódico, lançado anualmente, e que, portanto, Ver. João Dib, o seu lançamento
ocorre sempre no primeiro dia do ano correspondente. Isso é absolutamente
torrencial na doutrina e na jurisprudência: o prazo de prescrição inicia depois
do lançamento, e o lançamento do imposto periódico, como é o caso do IPTU, se
dá sempre no primeiro dia do ano correspondente. Portanto, se o tributo já está
lançado, ele pode ser exigível. Não poderia ser exigível, Ver. Luiz Braz, e por
isso pedi vênia, se ele não estivesse lançado. O lançamento do IPTU não é no
ano seguinte, Ver. Luiz Braz; o que é lançado no ano seguinte é a dívida ativa,
que se trata de outro ato administrativo que não se confunde.
Portanto,
o que o Prefeito João Verle, o que o nosso Governo fez, a exemplo do Governo
Estadual, que também está antecipando uma série de tributos, é algo
absolutamente ético, é algo absolutamente legal. Não há nenhuma mácula do ponto
de vista da sua substância material ou da sua substância formal, porque,
repito, Ver. Luiz Braz, o lançamento se dá no primeiro dia do ano
correspondente. Neste ano, 2004, o IPTU já estava lançado desde o dia 1º de
janeiro, esse é o entendimento.
Eu
acho que o Ver. João Dib, talvez já angustiado com a falta de polêmica que vai
haver no encerramento do ano legislativo, quis provocar aqui uma falsa
polêmica. É falsa polêmica porque não tem base material, não tem base formal,
não há nenhuma razão para que esse discurso seja feito, a não ser que se queira
aqui, no plenário, levantar uma polêmica que é falsa, que não tem base legal e
que não tem substância.
Lastimo, Ver. Luiz Braz, não poder conceder o aparte, porque
estou em tempo de Liderança, mas quero agradecer a V. Exª, mais uma vez, o
gesto cortês que teve de possibilitar ao PT fazer a sua intervenção e, também,
à Presidenta, porque esse esclarecimento é definitivo do ponto de vista legal.
Pela quarta vez, vou dizer: o lançamento se dá no primeiro dia do ano
correspondente; o lançamento do IPTU deste ano foi feito em 1º de janeiro de
2004. Obrigado, Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho debatido essa questão do IPTU já há várias
semanas, quando se especulava a possibilidade de antecipação. E eu fiz um
desafio para os Srs. Vereadores dizendo que, no ano passado, 40% da população
de Porto Alegre pagou o IPTU à vista. E hoje eu ouvi algumas falas sobre a
questão do dia 3. Casualmente eu estou com o meu IPTU, e diz assim: "Até o
dia 3 de janeiro de 2005.” A palavra “até” quer dizer inclusive. Então, até o
dia 3, é possível pagar com esse desconto, sem o IGPM de 2004 e com mais 20% de
desconto. E nós colocamos isso, fizemos um desafio, Srs. Vereadores, dizendo
que quem pode pagar, será que vai deixar de pagar? Porque dá quase 30%! Temos a
certeza de que não. Mas esgotado esse assunto do IPTU, só queria fazer essa
ressalva da palavra “até”.
Hoje
à noite, a comunidade do Lami, mais precisamente a da Escola Estadual Coelho de
Souza, fará uma grande reunião. Há dois anos, nós estamos mobilizando a
comunidade daquela Região, da Estrada do Varejão - de Belém Novo até Itapuã são
quase 30km -, porque não existe nenhuma escola de Ensino Médio, ou seja, não
existe a mínima possibilidade de as pessoas terem acesso ao estudo. Inclusive,
nós já relatamos aqui que nós presenciamos uma situação de uma moça que estuda
no Glicério Alves e mora próximo à Estrada do Varejão: ela pega o ônibus às
23h15min e desembarca quase à meia-noite, e seu pai, de charrete, vai buscá-la,
andam quase vinte minutos, chegando em casa à meia-noite e quinze; às cinco
horas da manhã, ela tem de fazer o trajeto de volta para chegar às cinco e meia
na parada de ônibus e estar às seis e meia no Centro da Cidade. E, quando a gente
fala isso, as pessoas ficam surpresas, porque parece que nós estamos falando de
algo do Amazonas, do Mato Grosso, do Maranhão, não! Isso é dentro da cidade de
Porto Alegre.
Então,
nós já enviamos, no ano passado, um Pedido de Indicação ao Governo do Estado -
o Governador está sensível - mantivemos uma reunião com o Secretário da
Educação José Fortunati, que também está sensível; fizemos uma mobilização
sobre a questão do EJA e mais de quatrocentas pessoas naquela região se
inscreveram, e o que nós queremos é que seja implantada, o quanto antes, essa
escola de Ensino Médio. Fizemos uma mobilização, levamos 3 mil livros para
aquela Escola. Algumas empresas já se prontificaram para que, tão logo saia a
escola de Ensino Médio, a doar material para o laboratório. E uma outra
situação ainda melhor: o proprietário do terreno ao lado de onde é hoje a
Escola Coelho de Souza, se dispõe a doá-lo para a construção da escola. Só que
ele colocou de forma clara: “Ver. Garcia, nós concordamos em doar, desde que
seja assinado e comece a obra, porque temos receio de que façamos a doação e
possa levar alguns anos até a construção ou não da escola”.
Então,
queremos fazer esse registro; é uma comunidade carente e distante, em que há
situações atípicas que aqui relatei, mas quando se fala em educação, temos de
levá-la a todos, e Porto Alegre ainda tem essas dificuldades, pois não possui,
naquela região mais longínqua da Cidade - a uma hora e meia de ônibus do centro
da Cidade - uma escola de Ensino Médio. Isso faz com que os alunos consigam, no
máximo, terminar o Ensino Fundamental, o antigo Primeiro Grau ou até a 8ª série
e depois não conseguem realizar os seus futuros sonhos de avançarem na vida.
Isso
é muito importante, até porque, nesta semana, houve o lançamento, e eu estive
presente lá no Esporte Clube Cidadão, na Restinga, de alguns cursos que serão
realizados pelo Centro Universitário Metodista do IPA, em parceria com a ACM,
mostrando também que a Zona Sul da Cidade começa a ter um olhar diferente.
Então, tenho certeza de que os moradores de Belém Velho, Rincão, Salso, Lami,
Belém Novo, Canta Galo, Itapuã, também vão ter a possibilidade de ter uma
universidade, um Ensino Superior naquela região. Mas, ao mesmo tempo, vemos os
contrastes: vai ser oferecido um Ensino Superior no bairro Restinga, e ao lado,
15 quilômetros até Itapuã, quase 30 quilômetros, está-se brigando por um Ensino
Médio, que lá não existe. Esses são os contrastes da cidade de Porto Alegre.
Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, a discussão sobre a antecipação de receita do tributo do Município,
Ver. Luiz Braz, o IPTU, deve retroagir seguramente um mês, um mês e meio antes
das eleições, quando os meios de comunicação estão nos anais dos diários de
Porto Alegre – Zero Hora, Correio do Povo –, constando uma informação do Sr.
Prefeito Municipal, Dr. João Verle, declarando aos quatro cantos da Cidade que
a Prefeitura dispunha de uma situação financeira absolutamente controlada, em
que as previsões, Ver. Juarez Pinheiro, e o conjunto de dispêndios, inclusive o
13º salário, estavam devidamente assegurados. Esse é o painel oferecido à
população antes das eleições. E, para surpresa generalizada, estamos vendo
anúncios da antecipação da receita tributária, que é uma discussão em que,
mesmo vencida a questão da legalidade, fica a questão da ética na transição de
Governo, diferentemente do período de quatriênio do Governo. Trata-se de
transferir o Governo a partir de 1º de janeiro ao novo Governo, que teve a
aprovação da população e que não determinou a continuidade. Então, são
situações que têm que ser devidamente clarificadas, para entendimento da
população.
Vejam
o que pode acontecer. Pode acontecer!
Eu
acho que, em primeiro lugar, o Prefeito deveria vir à Casa com os seus dados,
com o seu Secretário de Fazenda, de recursos, de Planejamento e mostrar à
população, à Casa: “Está aqui, estão faltando X recursos para pagar o 13º
salário”. Seria a primeira providência para fazer-se o princípio da
transparência na relação da coisa pública. Mas isso, parece-me, não ocorre. E o
que pode acontecer? Pode acontecer que a antecipação do IPTU faça com que o
próximo Prefeito não tenha dinheiro para pagar as contas do mês de janeiro. E
aí, como é que fica? Aí já vão dizer que entrou um Governo que, de início, não
honra os compromissos com o funcionalismo.
Isso
tem que ficar claramente levado à opinião pública. Então, a discussão, me
parece que, embora tenha os contornos legais, tem a questão ética embutida, tem
a questão política embutida, e se precisa fazer isso claro à opinião pública.
Obrigado,
Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas
galerias e através da TVCâmara, queria saudar a todos. Esta Casa, hoje, recebe,
mais uma vez, aquela comunidade que está enfrentando problemas de moradia lá na
Zona Sul de Porto Alegre, é uma negociação que está sendo feita juntamente com
o Estado e a Prefeitura, mas nós esperamos que essa negociação chegue a um
denominador comum, depois de tantas reuniões, tantos discursos nesta tribuna, e
que, pelo menos, esta Casa consiga, juntamente com essa comunidade e os órgãos
públicos, solucionar o problema daquela comunidade, daqueles moradores.
(Palmas.)
Meus
caros Vereadores, Vereadoras e comunidade, eu quero falar, aqui, hoje, a
respeito dos nossos produtores da Zona Sul de Porto Alegre. Inclusive, minha
cara Presidenta, Verª Margarete Moraes, neste momento, a Câmara Municipal
recebe os produtores, juntamente com o Sindicato dos Produtores Rurais da área
de Porto Alegre, trazendo, aqui, para esta Casa, pêssego e nectarina que são
produzidos lá região da Vila Nova, e nós temos a honra de receber, aqui nesta
Casa, a Diretoria do Sindicato, o Paulo Bettio, o Luciano Bertacco, e o nosso
ilustre produtor, Sr. César Pastro, grande juiz de futebol, e, além disso,
produtor. Inclusive, neste ano, a abertura da colheita da uva e do figo será no
mês de janeiro, na Praça Belém Velho, será lá na chácara desse nosso querido
produtor, que é o César Pastro.
Portanto,
esta Casa sente-se extremamente honrada por recebê-los aqui. Eu tenho dito, e
torno a dizer nesta tribuna, que nós temos nesta Casa uma grande
responsabilidade com esses produtores da Zona Sul de Porto Alegre.
Tivemos
nos últimos dias duas reuniões com a SMIC. O que nós queremos? Que a SMIC dê
condições para que esses produtores vendam os seus produtos.
Até
pediria, por gentileza, que o pessoal da Segurança permita que os membros do
Sindicato, juntamente com as caixas de produtos, entrem neste plenário para que
a TVCâmara consiga mostrar os produtos que são produzidos aqui no cinturão
verde da nossa querida Porto Alegre.
Portanto,
estamos aguardando.
Já
foi resolvido, depois de uma reunião com a SMIC, por intervenção desta Casa,
deste Vereador com o Sindicato: a SMIC reabriu espaço e deu condições lá na
José Bonifácio, no Brique da Redenção, para que os produtores vendessem os seus
produtos: pêssego e flores, e, graças a Deus, nós conseguimos.
Fizemos
uma visita no dia de ontem à SMIC, e nós estamos aguardando, sim! Estamos aguardando uma resposta positiva da
SMIC para que outros pontos da cidade de Porto Alegre, no Centro de Porto
Alegre, fossem abertos, e fosse dada a permissão para que os nossos produtores
consigam vender os seus produtos.
Foi
o caso do Valter Bettio, que está com mais de 50 toneladas de pêssego produzida
aqui no nosso cinturão verde, e está sendo difícil a comercialização. E temos
certeza de que a SMIC, sensibilizada, ainda no dia de hoje, nos dará o retorno
positivo para que outros pontos do Centro de Porto Alegre sejam abertos para
que esses produtores consigam vender os seus produtos e tenham o retorno maior
para que possam investir nessa área produtiva. (Degusta e mostra o pêssego
oferecido pelos produtores.) Está aqui um dos pêssegos que foram trazidos pelos
produtores, para que a TVCâmara e para que a população que nos assiste pela
TVCâmara tenham condições de ver a qualidade do produto. É um produto de
excelente qualidade, e os Vereadores terão condições de provar esse produto e,
também, de fazer uma propaganda para que nós consigamos, com o apoio desta
Casa, com o apoio de todos os Vereadores, dar incentivo para que a nossa área
produtiva, para que o nosso cinturão verde consiga cada vez mais produzir, para
que nós preservemos aquilo que é lindo, que a natureza colocou em nossas mãos,
que é o nosso cinturão verde, que é a nossa mata nativa e essa grande produção
aí dos nossos produtores.
Portanto,
com muito carinho, meus caros produtores, em nome desta Casa, que V. Sas
levem, sim, o nosso apoio, o nosso abraço a todos os produtores que, com muita
luta, ainda conseguem trabalhar, conseguem produzir, com toda a dificuldade,
esse produto de excelente qualidade. Em nome da Casa, minha cara Presidente, um
fraterno e carinhoso abraço a cada um e a cada uma de vocês. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) Desiste.
Havendo
quórum, passamos à
(Palmas.)
Também
quero cumprimentar e saudar a comunidade da Atilio Supertti por toda a sua luta
e a sua presença mais uma vez nesta Casa hoje. Sejam sempre bem-vindos.
(Palmas.)
Consulto
a Verª Maria Celeste e o Ver. Wilton Araújo se houve acordo em relação à ordem
de votação.
O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Srª Presidenta, os projetos já estão
selecionados, só a sua ordem de votação ainda não está pronta, por isso o
Colégio de Líderes pede que a Sessão seja interrompida por 1 ou 2 minutos até
que se possa proceder à feitura dessa lista.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Acolho o Requerimento, e suspendo a
Sessão para que haja acordo entre as Lideranças em relação à ordem de votação.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h02min.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes – às
15h14min): Estão
reabertos os trabalhos. O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para um
Requerimento.
O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Srª Presidenta, no sentido de priorizar a
votação, solicito inversão da ordem dos trabalhos: PLL nº 158/04, PLL nº 174/04, PLL nº 184/04, PLL nº
211/04, PLL nº 103/04, PR nº 120/04, PLL nº 326/03, PR nº
111/04, PLL nº 109/98 e PLL nº 134/04. Logo após, o PLCL nº
008/03, o PLE nº 057/04, o PLE nº 043/04, o PLL nº 123/04, o PLE nº 003/04, PLE
nº 011/04, o PLCL nº 012/04, o PLE nº 019/04, o PLE n º 039/04, o PLL nº
058/03, o PLL nº 048/04, o PLL nº 043/03, o PLCL nº 015/00 e o PLCL nº 020/02.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Srª Presidente, eu pediria uns dois
minutos para que a gente conferisse essa lista aí, para saber o que foi
priorizado, porque isso toma o tempo de toda a Sessão, vamos verificar se não
há nenhuma omissão aí.
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): Pois não, Ver.
Reginaldo Pujol, peço que V. Exª acompanhe o espelho da Sessão. Ver. Wilton
Araújo, vamos conferir os números? (Verificação dos números dos Projetos.)
Apregôo a Emenda nº 04 ao PLCL nº 008/03,
assinada pelo Líder do PT, Ver. Carlos Pestana.
Apregôo a Emenda nº 02 ao PLL nº 048/04,
assinada pelo Ver. Aldacir Oliboni e confirmada pelo Ver. Carlos Pestana, Líder
da Bancada do PT, que "altera a redação do caput do art. 1º, dos incisos I e II, e extingue o inc. III e o
parágrafo único, criando os parágrafos 1º e 2º, nos seguintes termos:...
Justificativa: A adequação no texto é necessária para afastar interpretações
dúbias acerca dos locais onde se pretende instalar os equipamentos”.
Apregôo a Emenda nº 03 ao PLL nº 048/04,
assinada pelo Ver. Aldacir Oliboni, com a concordância do Ver. Carlos Pestana,
Líder do PT, com a mesma justificativa: “A adequação no texto é necessária para
afastar interpretações dúbias acerca dos locais onde se pretende instalar os
equipamentos”.
Apregôo a Emenda nº 04 ao PLL nº 048/04,
assinada pelo Ver. Aldacir Oliboni e pelo Ver. Beto Moesch, Líder da Bancada do
PP.
Apregôo
a Emenda nº 05 ao PLL nº 048/04, assinada pelos Vereadores Aldacir Oliboni e
Beto Moesch.
Apregôo a Emenda nº 06 ao PLL nº 048/04, assinada pelo Ver.
Aldacir Oliboni e pelo Vereador Cassiá Carpes.
Consulto
o Ver. Reginaldo Pujol se está esclarecido em relação à ordem de votação.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Srª Presidenta, em acordo com as
Lideranças, lamentavelmente os primeiros Projetos, como necessitam de quórum
privilegiado - significa dizer a presença de 22 Vereadores no plenário -, não
temos como votar em bloco. Mas com relação ao PLL nº 326/03, PR nº 111/04, PLL
nº 109/98 e PLL nº 134/04, nós estamos sugerindo que se faça a votação em
bloco, porque são homenagens e nomes de ruas.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Presidenta, eu quero propor uma emenda ao
Requerimento da Vereadora Maria Celeste e do Ver. Wilton Araújo: que neste
primeiro momento a gente decida até o PLE nº 057/04, o restante, depois de
vencida toda essa etapa, renegociaremos. É que existe uma lista encaminhada,
Srª Presidenta, e, como emenda, proponho que até o PLE nº 043/04 ela seja
respeitada; vencido o PLE nº 043/04, a gente rediscute o restante. E há
concordância nisso.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento apresentado
pelo Ver. Wilton Araújo, solicitando que sejam apreciados os seguintes
Projetos: PLL nº 158/04, PLL nº 174/04, PLL nº 184/04, PLL nº 211/04, PLL nº
103/04, PR nº 120/04, PLL nº 326/03, PR nº 111/04, PLL nº 109/98 e PLL nº
134/04, o PLCL nº 008/03, o PLE nº 057/04, o PLE nº 043/04. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Há
o Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita sejam votados em
bloco os seguintes Projetos: PR nº 111/04, PLL nº 326/03, PLL nº 109/98 e PLL
nº 134/04. (Pausa.) É isso, Verª Maria Celeste?
A SRA. MARIA CELESTE: O último item deste bloco, que têm prêmios e nomes de ruas, seriam os
Projetos: PLL nº 326/03, PR nº 111/04,
PLL nº 109/98 e PLL nº 134/04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria da
Verª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3606/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 158/04, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Rudi Armin
Petry.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Vera. Sofia Cavedon: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 06-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 158/04. (Pausa.) O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir. (Pausa.) Desiste. Não há
quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 158/04. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 24
votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 4018/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 174/04, de autoria do Ver. Carlos Pestana, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Empresário Israel
Tevah.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 06-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 174/04. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 23 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 4131/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 184/04, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que
concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Ida Weisfeld.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 01-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 184/04. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação nominal (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 5090/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 211/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Magistrado Militar
Clyton Baptista Ruperti.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do
Dia, por força do art. 81 da LOM, em 06-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 211/04. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 25 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 2308/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 103/04, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
altera a denominação do logradouro público cadastrado, conhecido como Praça Dr.
Quintino Bocaiúva, localizado no Bairro Chácara das Pedras, para Praça Dr.
Celso Pedro Luft.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2.o, IV,
da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 06-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 103/04. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra para encaminhar a votação.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, esta Casa hoje aprecia uma iniciativa do Ver.
Cláudio Sebenelo, e não poderíamos - Ver. Luiz Braz, V. Exª que é autor da
Legislação que trata da alteração do nome de logradouro - deixar de fazer o
nosso registro, porque houve um certo atrito na votação deste projeto que
depois a Presidenta, de forma correta, tomou a iniciativa de fazer a anulação
da sua votação. A Bancada do Partido dos Trabalhadores, na Sessão de
segunda-feira, não acompanhou essa iniciativa do Ver. Cláudio Sebenelo, não no
que tange ao mérito da mesma, que possui todos, afinal de contas o primeiro
nome, que é hoje o que designa aquele logradouro, Quintino Bocaiúva, já nomina
mais três logradouros da cidade de Porto Alegre. Mas havia, Ver. João Dib, no
espelho que todos os senhores Vereadores receberam, três Pareceres: dois de
Comissões de mérito, favoráveis à iniciativa, e o da Comissão de Constituição e
Justiça, contrário. Bem, nesse tipo de matéria, mercê da Legislação que o Ver.
Luiz Braz construiu junto com outros parlamentares, era condição sine qua non de que alguns itens fossem
obedecidos de forma cogente, como, por exemplo, a participação da UAMPA na
verificação junto à comunidade; se ela queria, aceitava e se ela chancelava a
forma como aquele nome era alterado. Dois terços dos Parlamentares aprovando
essa iniciativa e dois terços dos moradores da região, no sentido da troca de
nomes.
Portanto,
a Legislação do Ver. Luiz Braz tem dois eixos: em primeiro lugar, ele tirou uma
camisa-de-força que impossibilitava a troca de nome seja por que razão fosse.
Isso é correto no Direito, porque engessava, em algumas situações; a Câmara de
Vereadores ficava impotente, sem condições de corrigir até um equívoco. Mas, de
outra parte, a Legislação do Ver. Luiz Braz foi muito cuidadosa, Ver. João Dib,
ela exigiu uma manifestação clara de vontade dos moradores, uma lisura no
processo dado pela UAMPA, que é o órgão que representa todas as comunidades. E
nós, aqui nesta Casa, seja os que estão agora e os que ficarão no ano que vem e
nos demais anos, de forma alguma, Ver. Luiz Braz, poderíamos votar algo
favoravelmente, independentemente do mérito, se a Comissão de Justiça, de que
V. Exª faz parte, tivesse apontado um óbice. E esse foi o nosso voto. Este
Vereador, que votou contra, por exemplo, concedeu um Prêmio de Cidadã à Lia
Luft, que era esposa de quem se quer homenagear agora com essa iniciativa do
Ver. Sebenelo. Então, não tinha nada contra o próprio Vereador ou contra a
nominação.
Mas,
Ver. João Dib, o Ver. Cláudio Sebenelo, depois da votação da Comissão de
Constituição e Justiça, trouxe aos autos a necessidade que faltava, que era um
documento da UAMPA - depois da votação da Comissão de Justiça -, dizendo que o
Processo tinha transcorrido na forma determinada pela Legislação do Ver. Luiz
Braz - casualmente, colega de Bancada do Ver. Sebenelo. A partir daí, não
restou mais nenhum óbice de natureza jurídica para que fizéssemos essa
alteração. E não havendo, de forma alguma, qualquer oposição – e nem poderia –
quanto ao mérito, este Projeto está em totais condições de votação, e a Bancada
do Partido dos Trabalhadores, com este registro, vai votar favorável à
iniciativa do Ver. Cláudio Sebenelo. Estes eram os nossos esclarecimentos.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 103/04.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, ilustres visitantes, muitas vezes, quando cometemos um
equívoco, é preferível - e muito mais nobre - confessar o equívoco do que
propriamente tentar fazer uma maquiagem num tipo de atitude que foi lamentável
e que somente a sensibilidade, a delicadeza e a compreensão da Srª Presidenta,
fez com que a Bancada do PT voltasse atrás.
Eu
não iria encaminhar este Projeto; eu iria ficar em silêncio, reconhecendo a
grandeza da atitude da Srª Presidenta da Casa. Esse é o 13º ou 14º processo em
que os nomes de ruas, por todas as alegações, sejam eles que não são nomes de
pessoas, sejam eles de mudança ou sejam eles de não-investigação e de
não-pronunciamento da população, alegados, cumpridos e depois votados contra
pela Bancada do PT, a notável má vontade e a antipatia da postura que envolve
problemas de ordem pessoal, problemas de ordem ideológica e, inclusive,
problemas de ordem psicológica. Porque votar contra a alteração do nome de rua,
sendo que, dos três pareceres da Comissão de Constituição e Justiça, dois
pareceres são a favor, e se basearem apenas naquele que é contra, sabendo que
já havia sido superado, o Processo estava à disposição, foi publicado, e foi
amplamente divulgado, com todos os pré-requisitos. Eu fui, pessoalmente, de
casa em casa, de pessoa em pessoa, a todas as reuniões, inclusive, no ano
passado, nas associações de bairro, e não há nenhuma ilegitimidade, e não há
nenhuma razão, nesse Processo, para que se vote contra.
Então, a dignidade, e, principalmente, a nobreza de sentimentos,
deveria ser demonstrada num pronunciamento, aqui, dizendo: “A nossa Bancada
errou, porque nós somos seres humanos e nós erramos”. Tudo bem, fica por isso
mesmo. Mas não. O Ver. Juarez Pinheiro vem aqui tentar dizer que votou com base
num Parecer contrário de uma votação da Comissão de Constituição e Justiça,
vendo sempre “o arqueiro no olho dos outros, mas sem ver o tronco no seu
próprio olho”, e sem ver que havia dois votos a favor e um contra. Isso ele não
considerou. Ele considerou o voto contrário, o voto perdido, o voto vencido.
Inclusive,
o Ver. Juarez Pinheiro quer retirar desse sodalício a possibilidade de um
Vereador colocar nomes em ruas e praças sem consultar a população. Então a
questão ideológica está clara, a questão pessoal foi nítida, e, principalmente,
a questão psicológica.
Segundo
informações fornecidas, parece que existem quatro logradouros, em Porto Alegre,
com o nome de Quintino Bocaiúva. Então, se há dois logradouros, retirar um, e
ficar a Rua e a Praça Quintino Bocaiúva, com todo o processo completo, e votar
contra? Qual é o nome que existe em relação a isso? Isso se chama preconceito.
Isso se chama má-fé, porque o Projeto está nitidamente completo, ele
nitidamente preenche todos os pré-requisitos. Pela décima terceira ou décima
quarta vez, este ano, a Bancada do PT vota contra um projeto meu. Então, tudo
bem! Mas eles vão precisar da votação muitas vezes, eles vão precisar da
votação deste Vereador, e a resposta vai ser exatamente a resposta que nos
deram, ou seja, pequena, lamentável sob todos os aspectos e fora de qualquer
tradição da grandeza desta Casa, em que todos os projetos para nomes de ruas,
para homenagens, são votados, em geral, com uma ou duas exceções,
favoravelmente, com respeito à pessoa que foi proposta. Esta vai ficar na
história da Casa como um erro crasso, que não foi reconhecido pela Bancada do
PT, como soe acontecer.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Cláudio Sebenelo. O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 103/04.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, me incumbem alguns esclarecimentos antes de nós votarmos, até
porque, de início o problema surgiu em função de que havia a Comissão de
Constituição e Justiça, num primeiro momento, exarado um Parecer da lavra da
Verª Helena Bonumá, que era contrário à proposição do Ver. Cláudio Sebenelo.
Ocorre que o Ver. Cláudio Sebenelo, quando comunicado pela Comissão da
existência do Parecer contrário, diligenciou e obteve, com a presteza devida, a
superação desse empecilho. Isso permitiria que houvesse um reexame da matéria
por parte da Comissão de Constituição e Justiça. Não houve esse reexame,
porque, nesse meio tempo, enquanto as outras Comissões analisavam o mérito,
houve o Requerimento do art. 81, que faz com que o projeto venha à Ordem do Dia
até mesmo sem Parecer, se ele não tiver Parecer. Ele tinha um primeiro Parecer,
que teria tudo para ser mudado em função de que a providência reclamada na ocasião
havia sido satisfeita pelo Ver. Sebenelo.
Nós
tivemos, na última Sessão Legislativa, na última segunda-feira, na pressa de
fazer algumas votações, um alertamento de que existia um parecer contrário da
Comissão de Justiça, e mais tarde foi esclarecido que esses fundamentos do
Parecer contrário haviam desaparecido, na medida em que havia sido satisfeita
uma exigência legal. O enfrentamento da questão poderia se dar por dois lados,
até porque, no mérito, o grande homem público brasileiro, Quintino Bocaiúva,
está sendo duplamente homenageado no Município com a designação de uma rua e
também de uma praça.
Então,
na medida em que se retira o seu nome da praça, ele não fica sem o
reconhecimento da cidade de Porto Alegre, porque ele fica com a denominação da
rua, que é tradicional na cidade de Porto Alegre e que é muito mais relevante.
Eu quero buscar, na minha intervenção, como Presidente Comissão de Constituição
e Justiça, que, de certa forma, teria gerado a controvérsia, não só trazer esse
esclarecimento, como entender que não existe nesse processo - e eu tenho
esperança de que os votos assim manifestem - nenhum procedimento, nenhuma
restrição de caráter ideológico, e nem poderia existir, até porque o nome
escolhido para denominar essa praça, doravante, de Celso Pedro Luft, é um nome
que extrapola qualquer consideração de ordem ideológica, e não haveria razão
nenhuma de as Bancadas da Casa deixarem de acompanhar o Projeto, que precisa de
22 votos, por essa razão, absolutamente menor diante do contexto em que ela
está colocada.
Então,
a minha intervenção, neste momento, o meu pronunciamento não é no sentido de
abafar qualquer discussão que a Casa tenha tido - porque essa é uma Casa de
debate político, e ele deve ocorrer a toda hora -, é de buscar, diante da
relevância da proposição do Ver. Cláudio Sebenelo - que até lhe gerou
indignação legítima, de que ele era portador no momento - que não se vote sobre
esse fundamento.
Nenhuma
das Bancadas da Casa está, nessa matéria, se digladiando ideologicamente. Nós
já tivemos um gesto magnânimo da Presidência da Casa, que eu louvei, de, diante
da perspectiva de nós termos uma nova votação, ela tomou a deliberação de
anular a votação anterior, que era uma votação que havia se dado sobre um
pressuposto equivocado, então, ensejava que, com boa vontade, com elasticidade
de raciocínio, houvesse essa anulação que ela promoveu para nos permitir, hoje,
sem aquelas confusões do dia anterior, chegarmos a um consenso. E esse consenso
que estou apelando é no sentido de que os Vereadores presentes na Casa, em
número suficiente para completar os 22 votos requeridos no Processo, não levem
em conta desinteligência que eventualmente tenha ocorrido numa das fases do
Projeto e consagre essa homenagem que a pena do Ver. Sebenelo concebeu, e que
nós, da Casa, somos chamados a reconhecer como justa e adequada a um homem que,
sob todos os aspectos, é merecedor, Ver. Barbosa, do respeito, do carinho, da
atenção e do reconhecimento de todos os integrantes desta Casa, independente de
posição ideológica, de coloração política e, sobretudo, acima de qualquer
pequena divergência que anteriormente possa ter ocorrido. Um apelo: vamos
consagrar Celso Pedro Luft com uma praça da nossa Cidade.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Faço um alerta aos Vereadores e
Vereadoras desta Casa para que compareçam ao Plenário; precisamos de 22 votos.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
103/04.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Vereadores e Vereadoras,
pessoas que estão aqui presentes, é evidente que não vou usar cinco minutos
para falar sobre nomes de ruas de Porto Alegre. Eu sou contrário a uma
homenagem que é prestada e retirada anos depois. O Dr. Quintino Bocaiúva
merece, tanto que recebeu homenagem do nome de uma praça e nome de uma rua. E,
como nós temos em Porto Alegre muitas praças e muitas ruas ainda sem nome,
sugiro ao Ver. Sebenelo que, merecidamente, dê a uma outra praça, a uma outra
rua o nome de Celso Pedro Luft. Não estou dizendo aqui que ele não mereça a
homenagem; ele merece, como os demais, como todos aqueles que são homenageados.
Não vou dar aparte, Ver. Sebenelo, mesmo porque, quando eu subo aqui, é bem
rapidinho. Vou votar contra este Projeto. Então, para resumir ao que V. Exª
está reagindo aí embaixo!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 103/04.
O SR. LUIZ BRAZ: Vereadora-Presidente Margarete Moraes,
Ver. Ervino, Srs. Vereadoras, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, o Projeto
do Vereador Cláudio Sebenelo traz, no mérito, algo que eu acredito que nenhum
Vereador desta Casa pode contestar. Ele quer trocar o nome de uma Praça,
Quintino Bocaiúva, para Celso Luft. Quintino Bocaiúva já tem outras homenagens
em outros logradouros, e nós, inclusive, temos, na nossa própria Legislação,
uma impossibilidade de termos um mesmo nome sendo homenageado em vários
logradouros. Nós temos que ter uma certa unicidade no caso dessas homenagens.
Mas
no que o Ver. Sebenelo - meu companheiro de Bancada, meu amigo - falhou, no que
ele falhou – e eu peço que, por favor, a Bancada do PT me ouça –, foi
exatamente quanto à forma do Projeto. E quando esse Projeto passou pela
Comissão de Constituição e Justiça, essa Comissão, cumprindo com a sua
obrigação – porque nós não podemos agir de forma diferente na Comissão de
Constituição e Justiça – apontou o defeito que tinha o Projeto com relação a
sua legalidade formal. Faltava a UAMPA se posicionar, de acordo com o que pede
a Lei, quando nós vamos fazer as alterações de nome.
O
Ver. Juarez Pinheiro, quando veio aqui, explicou muito bem por que nós
colocamos a necessidade de dois terços: eu não fiz a Lei sozinho, nós fizemos
aqui a quatro mãos, ou a seis, oito mãos essa Legislação, exatamente para poder
permitir que houvesse a troca de nomes, mas que não houvesse uma facilidade
muito grande para se trocar nomes a todo instante. Então, por isso é que nós
colocamos a necessidade de dois terços da comunidade ser ouvida, de dois terços
da Casa para se pronunciar, e a UAMPA, porque ela nos garantiria que aquela
consulta à comunidade era uma consulta legítima. Era isto que nós queríamos
realmente ter: aquela certeza de que o processo seria absolutamente limpo.
Então,
eu vou solicitar aos meus amigos de todas as Bancadas que não se deixem levar
por nenhuma altercação havida aqui neste Plenário, que nós recomecemos esse
processo, votando de acordo com a vontade inicial manifestada pelo autor da
proposição, que, eu acredito, não fere, no mérito, nenhuma das vontades dos
Srs. Vereadores com assento aqui neste Plenário. Eu tenho certeza de que
qualquer das Bancadas, que qualquer Vereador poderia fazer esse Projeto e
sugerir essa troca de nomes. Então, eu vou pedir aos meus amigos de todas as
Bancadas: vamos esquecer as altercações, vamos esquecer aquilo que ficou no
passado. Aquilo que aconteceu na Comissão de Justiça era uma necessidade
naquele momento, e as explicações foram dadas a contento. Eu pediria, então,
que nós pudéssemos dar voto favorável a este Projeto do Ver. Cláudio Sebenelo,
porque ele é realmente meritório, corrige, inclusive uma falha que existe na
legislação, porque o Bocaiúva é homenageado também em outros logradouros - há
uma rua homenageando Quintino Bocaiúva, há uma praça. O Vereador está apenas
trocando o nome da Praça para Praça Celso Luft.
Eu
acho absolutamente meritório o Projeto do Ver. Cláudio Sebenelo, mas precisamos
de 22 votos para aprová-lo. Peço a compreensão dos Srs. Vereadores para que nós
possamos ter os 22 votos necessários, a fim de que o Projeto do Ver. Cláudio
Sebenelo seja aprovado. Que seja corrigido aquilo que é ilegal, hoje, dentro do
Município, que é a duplicidade de logradouros com o mesmo nome, e que, ao mesmo
tempo, prestemos essa homenagem, que toda esta Casa quer prestar para uma das
figuras mais proeminentes que já fizeram parte da nossa sociedade.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço o pronunciamento do Ver. Luiz
Braz.
Não
há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal o PLL nº 103/04. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por
17 votos SIM, 8 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
Quero
convidar, a pedido do Ver. Sebastião Melo, Presidente da COSMAM, a comunidade
presente, ligada ao Hospital Beneficência Portuguesa, para uma reunião que vai
acontecer neste plenário, Plenário Otávio Rocha, precisamente no dia 13 de
dezembro, próxima segunda-feira, às 10h, com a Bancada Gaúcha da Câmara dos
Deputados, cujo tema será a dívida com a Previdência dos Hospitais Vila Nova e
Beneficência Portuguesa. Essa é uma iniciativa de todos os Vereadores da COSMAM
e guarda legítima identidade com essa comunidade e com os funcionários do
Hospital Beneficência Portuguesa. Vocês são sempre bem-vindos nesta Casa. Eu
faço este convite em nome de todos os Vereadores e Vereadoras, porque nessa
audiência se pretende buscar soluções para essa questão tão grave do Hospital
Beneficência Portuguesa. Muito obrigada pela presença de vocês aqui. (Palmas.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 5576/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 120/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera a
redação do “caput” do art. 4.º da Resolução n.º 1.559, de 22 de agosto de 2001,
que institui Estágio Curricular para estudantes de estabelecimentos de ensino
médio e superior na Câmara Municipal de Porto Alegre, passando para 36 postos
para Estágio Curricular de ensino médio e 68 de ensino superior.
Observações:
-
dispensado de Parecer nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA;
-
para aprovação, voto favorável da maioria dos membros da CMPA - art. 82, § 1º,
III da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia em 08-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 120/04. (Pausa.) Não
há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com a
abstenção do Ver. João Antonio
Dib.
Também
quero registrar que há uma necessidade desses cargos, desses estágios, por
conta da nova composição da Câmara Municipal de Porto Alegre, que passa para 36
Vereadores. Esta é a única justificativa deste Projeto.
Conforme
Requerimento apresentado pela Verª Maria Celeste e votado favoravelmente,
votaremos em bloco o PLL nº 326/03, o PR nº 111/04, o PLL nº 109/98 e o PLL nº
134/04.
O
PLL nº 326/03 contém a Emenda nº 01 que será votada depois.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2300/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/98, de autoria do Ver. Renato Guimarães,
que denomina Rua da Poesia um logradouro irregular localizado no Bairro Mário
Quintana.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 08-12-04.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3187/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 134/04, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que
denomina Rua Tenente Portela um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro
Lomba do Pinheiro.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 08-12-04.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 4363/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 326/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
institui o Dia do Irmão no Município de Porto Alegre. Com Emenda n.º 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 03-05-04.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 4959/04 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 111/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede
o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Professor Frederico Lamacchia Filho.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 08-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o Bloco dos Projetos
citados. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 326/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
Apregôo
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLCL nº 012/04. (Lê.) “Altera-se a emenda
nº 1, no seu art. 1º, do Processo nº 3914/04, PLCL nº 12, que propõe nova
redação ao art. 21 da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989;
incluindo a palavra ‘até’ na redação proposta, o qual passa a vigorar da
seguinte forma:
Art.
21º - O Imposto será pago em ‘até’ 10 (dez) parcelas mensais e consecutivas,
corrigidas pela UFM (Unidade Fiscal Do Município), sendo que o pagamento da 1ª
parcela ocorrerá:...
Sala
das Sessões, 08 de dezembro de 2004. (Assina) Ver. Wilton Araújo”.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2405/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 008/03, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
acrescenta § 6.º ao art. 52, renumerando o atual § 6.° para § 7.º, da Lei
Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores, que
dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre, institui o
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre e dá outras
providências. (transferência de potencial construtivo/patrimônio ambiental) Com Emendas n.ºs 02 e 03.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da Comissão Especial. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 17-11-04;
-
retirada a Emenda n.º 01.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCL nº 008/03. (Pausa.)
Apregôo a Emenda nº 05 ao PLCL nº 008/03.
Este Projeto, assinado pelo Ver. Reginaldo Pujol (Lê.): “Altera o art. 1º do
PLCL 008/03, para modificar o § 4º do art. 52 da Lei Complementar nº 434, de 1º
de dezembro de 1999”. A Emenda está à disposição dos Vereadores.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir o PLCL nº 008/03.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Ver. Ervino Besson, Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, senhoras e senhoras, essa é uma discussão que vem
sendo feita há muito tempo. Eu acredito que ela não seja deste ano, já começou
a ser feita no ano passado, e existe, na verdade, como uma necessidade de se
dar para entidades que são possuidoras de um patrimônio, que é o patrimônio
cultural, essa possibilidade de manutenção desse patrimônio. Se nós
verificarmos o Plano Diretor, da forma como ele está confeccionado, Ver. Juarez
Pinheiro, veremos que colocamos lá a
necessidade de esses possuidores desse patrimônio cultural manterem esse
patrimônio. Mas nós vamos verificar, depois, no correr da Lei, que nós não
demos nenhum instrumento para que esses possuidores desse patrimônio cultural
possam fazer essa manutenção. Ora, existem algumas entidades que são ligadas à
Assistência Social, como é o caso, por exemplo, do Pão dos Pobres, do Asilo
Padre Cacique, da entidade lá de Belém, o Amparo Santa Cruz, e de algumas
outras entidades, e elas precisam também, além de manter um patrimônio que é
realmente um patrimônio imenso, Ver. Elói Guimarães, Ver. Sebastião, cumprir a
sua missão que é uma das missões mais sagradas que existe dentro da sociedade,
ou seja, dar amparo a velhos e a crianças. E eles cumprem essa missão de forma
realmente gloriosa, ocupam o lugar que deveria, na verdade, ser ocupado pelo
Estado, pelo Município, mas eles ocupam esse lugar, e muitas vezes sem receber
nenhum tipo de recurso, nenhum tipo de incentivo por parte do Poder Público.
Então,
resolvemos conversar com o pessoal do Pão dos Pobres e do Asilo Padre Cacique e
colocar esse Projeto em tramitação. Ele recebeu o parecer favorável por parte
do Ver. Beto Moesch, lá na Comissão do Plano Diretor, e veio para o Plenário
para que pudesse ser analisado pelo conjunto dos Srs. Vereadores. Aqui nós
tivemos uma conversa mais ampla, Ver. Sebastião Melo, o Ver. Raul Carrion, que
já se manifestava lá na Comissão do Plano Diretor, emendando um dos incisos
deste Projeto, deixou-o, realmente, com maior clareza; foi emendado também pelo
Ver. Reginaldo Pujol e, ultimamente, pelo Ver. Pestana. E o Ver. Pestana, que é
Líder da Bancada petista, me fazia uma solicitação há questão de duas semanas,
ou seja, que nós não votássemos naquela época o Projeto, porque ele iria
conversar com o pessoal do Patrimônio Ambiental do Município e iríamos poder
oferecer uma Emenda que poderia satisfazer a todos aqueles que são interessados
nessa área e favoráveis às modificações propostas.
E
veio uma modificação que é a seguinte: propúnhamos que a transferência pudesse
se dar em virtude da área e que não fossem apenas para patrimônios tombados,
mas para aqueles que pudessem ser catalogados como Áreas de Interesse Cultural.
O
Ver. Pestana traz uma Emenda que faz uma limitação: apenas prédios, e não toda
a área, e prédios tombados, retirando a possibilidade daqueles que poderiam ser
catalogados, apenas. Há que ser prédio tombado. E ele me afirmava – e houve uma
conversação com o pessoal do Pão dos Pobres – que essa Emenda, e depois
confirmei isso, iria satisfazer aos interesses do Pão dos Pobres, que é uma das
entidades que queremos abranger, atendendo, também, aos interesses do Amparo
Santa Cruz e do Asilo Padre Cacique. As outras eu não poderia enumerar aqui,
mas essas três, tenho certeza absoluta de que esse Projeto de Lei vai abranger
e beneficiar.
Nós
chegamos à conclusão de que isso bastaria e de que iria nos satisfazer.
Aceitamos a Emenda, e, por isso mesmo, o Projeto está tramitando com a
possibilidade de virmos a aprová-lo.
O
Ver. Sebastião Melo também colocou uma Emenda no Projeto sobre a necessidade de
regulamentação, pois o Projeto, quando fala em quais entidades, precisariam
receber, por parte do Executivo, uma regulamentação para que ele pudesse ficar
melhor acabado.
Deu
entrada uma Emenda do Ver. Reginaldo Pujol, cujo teor não conheço, mas o Ver.
Reginaldo é um expert em matéria de
Plano Diretor, tanto é que é o nosso Relator na Comissão do Plano Diretor, e
tenho certeza de que, se ele colocou uma Emenda, isso vai fazer com que o
Projeto se torne mais aprimorado e possa, realmente, servir melhor aos
interesses de toda a comunidade. Era isso, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir o PLCL nº 008/03.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, nós, de
certa maneira, já estávamos, aqui, estabelecendo algum debate, alguma discussão
com o Ver. Pujol e com o Ver. Luiz Braz.
Este
é um Projeto, sem dúvida, importante, apresentado pelo Ver. Luiz Braz, que
centrou, que estabeleceu como alvo do seu Projeto alguns tipos de entidades,
pois a redação original restringiu entidades que tenham, tradicionalmente, já
um período histórico, na Cidade, de trabalho com crianças carentes. Portanto,
isso já traz, para nós, uma sensibilidade positiva com relação ao Projeto e
trabalha com o potencial construtivo.
Para
as pessoas que nos acompanham e não têm familiaridade com o tema, apenas coloco
que se trata de uma espécie de bem de patrimônio que o proprietário de
determinado terreno possui e, de alguma forma, o Projeto, então, permitiria que
esse bem fosse utilizado fora daquele terreno onde esse potencial construtivo
existiria. É um aspecto importante esse porque tem a ver com o valor de cada
terreno, tem a ver com o planejamento urbano da própria Cidade. Então, o que
parece ser uma coisa às vezes bastante simples, na verdade envolve valores
monetários e envolve a questão do planejamento urbano da Cidade. Muito bem.
Analisamos o Projeto e temos a visão, sim, de que é um Projeto de mérito, mas
nós tínhamos uma preocupação, uma possibilidade de modificá-lo, e creio já
esteja negociado com o Ver. Luiz Braz, através de uma Emenda apresentada pelo
nosso Líder, Ver. Carlos Pestana.
A
redação original do Projeto do Ver. Luiz Braz previa que o potencial
construtivo a ser transferido para outra área com a hipótese, inclusive, de ser
vendido para um terceiro, teria como referência todos os imóveis construídos
nesse determinado terreno, fossem eles ou não tombados, fossem eles ou não do
Interesse Cultural da Cidade. Então, pela Emenda apresentada pelo nosso Líder,
Ver. Pestana, o Projeto fica dirigido àquelas edificações que tenham o
interesse cultural na Cidade. E no caso específico do Pão dos Pobres, por
exemplo, que é no Centro da Cidade, portanto, vale muito esse potencial
construtivo, há uma área de Interesse Cultural muito grande. Nós agora mesmo
verificamos a ocorrência da Casa Cor, em que o prédio foi restaurado, foi
pintado, o prédio ficou belíssimo, recebeu uma iluminação adequada, e nós vimos
que aquilo é um valor arquitetônico e cultural da nossa Cidade.
Portanto, acho
que, com esta Ementa do nosso Líder ao Projeto original do Ver. Luiz Braz, nós
temos condições, sim, Ver. Luiz Braz, de aprová-lo. É um Projeto importante,
ele não abre de mais a possibilidade de transitar com o índice construtivo que,
repito, é um valor; ele terminaria modificando aqueles índices que o próprio
Plano Diretor determina para cada terreno. De uma forma indireta, modificaria o
Plano Diretor na sua essência num dos itens mais importantes que é a
possibilidade de construção em cada terreno e se dirige a entidades que tenham
trabalho social importante.
Nós sabemos da
existência de uma outra Emenda, de autoria do Ver. Pujol, parece-me, Ver.
Pujol, o pouco que V. Exª transmitiu a este Vereador, nós estaríamos abrindo
muito essa possibilidade. Mas de qualquer forma, antes de ter uma posição
definitiva, nós gostaríamos de ouvir V. Exª da tribuna para que nós possamos
construir a nossa posição. Mas, neste momento, combinando o Projeto do Ver.
Braz com a Emenda do Ver. Carlos Pestana, nós temos um bom Projeto que não
atinge fortemente o Plano Diretor; vai dar recursos a uma entidade que tem um
trabalho reconhecido, socialmente importante.
Portanto, nós
estaríamos dispostos a votar nessa combinação, o Projeto com a Emenda do Ver.
Pestana. Mas, de qualquer forma, queremos ouvir a explanação do Ver. Reginaldo
Pujol sobre a Emenda apresentada, de sua autoria.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
em primeiro lugar, este Projeto deve ser debatido como foi feito na Comissão do
Plano Diretor. O Projeto, de autoria do Ver. Luiz Braz, de uma certa forma -
talvez, sem querer, mas acabou fazendo -, regulamenta dispositivos do Estatuto
da Cidade para o Município de Porto Alegre, que busca colocar instrumento
previsto na Lei Federal, Ver. Cláudio Sebenelo, sobre patrimônio histórico
tombado - patrimônio cultural -, Ver. Wilton Araújo, já que o proprietário não
pode fazer nada, mas, ao mesmo tempo, é importante para a Cidade, porque se
garante o resgate cultural, a manutenção da história e da cultura da Cidade,
isso faz parte da urbanização moderna. Acabou aquela época em que se derrubavam
os prédios históricos em nome, entre aspas, do moderno, do desenvolvimento.
Isso acabou! E nós temos, sim, que adotar instrumentos, Ver. Carlos Pestana,
para garantir a preservação do patrimônio cultural. E é isso que quer o Ver.
Luiz Braz. Como fui Relator do Parecer do Projeto na Comissão do Plano Diretor,
quero dizer que já estamos discutindo favoravelmente ao Projeto de Lei.
Todavia
há uma Emenda do Ver. Reginaldo Pujol que estende a troca da preservação por
índice construtivo. Ora, nós já temos esse instrumento, Vereadores Luiz Braz e
Reginaldo Pujol: as propriedades particulares de patrimônio natural, as
chamadas reservas particulares, estão totalmente isentas de IPTU, aprovado, em
2002, por nós, áreas de 50 hectares, de 100 hectares. Como nós vamos, por um
lado, estimular a preservação, Ver. Pedro Américo Leal, do patrimônio natural,
da nossa Mata Atlântica, dos nossos banhados - ainda remanescentes na Cidade -
por índice construtivo, impactando a parte construtiva da Cidade? Não há como!
Aliás, Ver. Pestana - já lhe dou o aparte para colaborar no debate, que é de
fundamental importância para a cidade de Porto Alegre -, como, por exemplo, com todo o respeito, a 3.ª Perimetral, que impactou e para não
desapropriar, trocou por índice; impactou a 3.ª Perimetral e não só a 3.ª
Perimetral, outras áreas da Cidade, através da troca por índice construtivo.
Portanto,
nós não podemos, por uma questão de princípio, por um lado, criar instrumentos
de estímulo e incentivo ao patrimônio natural e, de outro lado, impactar a
Cidade com troca por índice construtivo, Ver. Pestana.
O Sr. Carlos Pestana: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Beto Moesch, a fim de contribuir com o debate e reconhecendo
que V. Exª é um homem preocupado com esse tema, quero fazer o registro de que,
no mínimo, essa questão, ponderada, proposta pelo Ver. Reginaldo Pujol, merecia
de nossa parte um debate mais amplo, uma vez que o que víamos até agora foi
acumulado entre o Ver. Luiz Braz e V. Exª, fruto de um grande acordo. E esta
Emenda do Ver. Pujol pode abrir a possibilidade de um volume muito grande de
índice construtivo, levando em consideração a extensão das áreas de parque
natural. Então, essa é também um pouco
da nossa preocupação.
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Pestana, que contribui com
o debate. É justamente este o tom. Ver.
Pujol, a preocupação de V. Exª é importante, nós não podemos agora, no
plenário, aprovar uma Emenda que não teve o cuidado, o debate, como teve o
Projeto do Ver. Luiz Braz. Nós teríamos que debater melhor este Projeto com a
sociedade, para que, então, em conjunto com o Conselho do Plano Diretor, com o
Conselho Municipal do Meio Ambiente, possamos avançar ainda mais, não só em
relação ao patrimônio cultural - como quer o autor do Projeto, Ver. Luiz Braz
-, mas também com relação à preocupação de V. Exª, Ver. Pujol. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson) Obrigado, Ver. Beto Moesch. O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 008/03.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, o Ver. Luiz Braz acrescenta § 6º e seus Incisos ao art. 152 da Lei
Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, que instituía o Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. O que é que diz este art. 52? Diz,
textualmente, o seguinte: “A transferência de Potencial Construtivo”, Ver.
Wilton, “pode ocorrer nos limites da macrozona em que se situa o imóvel, desde
que não sejam ultrapassados os patamares máximos de densificação da unidade de
estruturação urbana e do quarteirão”. Esse é o instituto da transferência do
Potencial Construtivo, largamente usado pelo Município. Na prática, vem-se
constatando que, na maioria das vezes, há necessidade de que, por definição
legal, venha a se permitir que essa transferência se dê em toda a zona
intensiva e não só na macrozona. Todas as grandes desapropriações que o
Município tem feito, ao longo da implementação da 3ª Perimetral, foram através
desse instrumento, desse mecanismo. E agora será complementado quando a Casa
acolher proposta do Executivo que estende da 3ª Perimetral até a Av. Dona
Teodora, e, como conseqüência, estende aos proprietários dos imóveis da Dona
Teodora essa bonificação ali prevista.
No
nosso caso, tem-se uma preocupação muito clara em relação ao § 4º, que assegura
que a transferência do Potencial Construtivo decorrente de desapropriação de
imóvel tombado poderá alcançar toda a área de ocupação intensiva. Discutiu-se,
por muito tempo, que a expressão “imóvel tombado” seria tão-somente, Ver.
Professor Garcia, o prédio em si ou se imóvel ia ser entendido, lato sensu, a área física em que esse
imóvel se encontra colocado.
Não
se chegou a um perfeito esclarecimento desse fato.
Então,
o que pretendemos fazer para não pôr mais dúvidas nesse particular? É que as
áreas que por lei ou decreto estiverem relacionadas, ou vierem a ser
relacionadas, como de interesse ambiental, paisagístico, para se colocar
parques, essas também possam ser desapropriadas, e quando assim forem, no jogo
da desapropriação, na negociação da desapropriação, possa se oferecer um índice
construtivo em toda a zona extensiva e não somente na macrozona onde ela se
encontra, porque, colocado na macrozona do parque, não tem valor, Ver. Wilton
Araújo! Não tem valor. Porque os parques que eu conheço, em Porto Alegre, com
exceção daqueles decorrentes de desapropriações feitas no passado, estão todos
previstos para os altos dos morros, para áreas muitos especiais em que não
exista valorização imobiliária, e nós não queremos que haja valorização
imobiliária. Nós queremos que aquele índice seja aplicado noutra cidade, e que
aquela área continue com árvore, continue com pedra, continue natural, como é o
objetivo do Parque Ambiental do Morro do Osso, por exemplo. Alguém quer que se
construa no Morro do Osso? Alguém quer que se construa nas cercanias do Parque,
assim declarado, por Decreto, pelo Prefeito Villela há cerca de 30 anos?
(Aparte
anti-regimental do Ver. Gerson Almeida.)
O SR. REGINALDO PUJOL: É do Prefeito Tarso Genro? E que até
hoje não houve um metro quadrado da desapropriação efetivada.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Gerson Almeida.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Houve? Falta quase tudo, então, não é
Vereador? Mais da metade, se considerarmos a informação de V. Exª de que parte
já foi desapropriada.
Então,
se essa Lei, se essa Emenda for aprovada, Ver. Haroldo, é para aplicar em áreas
de parques decretadas pelo Poder Executivo, ou colocado em lei pelo Poder
Executivo. Não é uma área qualquer. Não é somente dizer: “Olha, eu quero que
coloque lá no Parque da Restinga, porque, no Parque da Restinga, o Ver. Pujol
quer que tenha um regime especial”. Não! Se houver Decreto instituindo um
parque lá na Restinga, e onde se precisa fazer a desapropriação para que o Município,
efetivamente, implante esse parque, são aplicáveis os dispositivos da lei, nos
termos da minha Emenda. Fora isso, não altera em coisíssima nenhuma.
Ora,
se nós vamos preservar os bens culturais, dando a eles essa flexibilidade que
eu acho que é correta, se o Ver. Braz busca mais do que isso, quer que os bens
culturais, especialmente aqueles de propriedade de entidades meritórias, devam
ser preservados - e nós estamos apoiando isso -, são mais naturais, e é tão
lógico, que as áreas de parque - que são promessas nesta Cidade, pois há anos
se espera pelo parque do Morro do Osso, e ele não se realiza - também tenham a
possibilidade de utilizar esse mecanismo, esse instrumento legal, para fazer as
desapropriações. Caso contrário eu vou-me permitir dizer que nós estamos
perdendo uma grande oportunidade de, efetivamente, dar um sentido social à
transferência do potencial construtivo, que é a grande moeda do Município no
dia de hoje.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Um momento, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver.
Cláudio Sebenelo se inscreve e lhe cede o seu tempo.
O SR. REGINALDO PUJOL: Muito obrigado, Vereador. Todas as áreas
do entorno da 3ª Perimetral receberam esse tratamento e, mais do que isso,
receberam um bônus que estimulava o proprietário da área a negociar com o
Executivo. O bônus era um acréscimo no índice, em torno de 20% ou 10%, conforme
a Cidade, quem sabe a rua. Agora, para a Rua Dona Teodora, que terá que ser
objeto de desapropriação. Nós vamos aprovar - e é correto o que nós vamos fazer
- uma lei dizendo que o índice da rua Dona Teodora é transferível para qualquer
lado da Cidade, qualquer ponto da Cidade, e que ele venha carregado de um plus de 20%, para estimular a negociação
entre o proprietário da área e o Executivo.
Ver.
Besson, V. Exª que é o grande porta-voz da Zona Sul de Porto Alegre, não seria
lícito que na desapropriação de uma área para parque se desse semelhante
possibilidade ao proprietário daquela área? Não esqueçam que as áreas, sendo
destinadas a parque, por si só já têm um índice muito baixo. O máximo que se
conseguiu foi que elas tivessem o índice de 50% do entorno. Elas já estão com
avaliação baixa, e nós queremos que elas deixem de ser do proprietário
individual e passem a ser do Governo, para que o Governo assegure que o parque
é de todos nós. Porque, por enquanto, esses parques só existem no papel, pois,
uma vez declarados de utilidade pública, para efeito de desapropriação, esta
não se consuma, porque o Município não tem recursos para fazer essa
desapropriação, como não teve recursos para outras tantas desapropriações que,
nos últimos anos, foram realizadas com a transferência do potencial
construtivo. E não precisamos ir longe. Aqui, o cinema Capitólio - ocorreu isso
aqui -, passou para o patrimônio do Município e o que o Município pagou foi o
direito do proprietário, pegar o índice, levar para outra área da Cidade e
comercializá-lo. E foi resolvido o problema: o Cine Capitólio, tombado como de
interesse cultural, é patrimônio do Município. Como eu entendo que têm que ser
patrimônio do Município, todas aquelas áreas declaradas para serem praças,
declaradas para serem parques e que estão hoje escrituradas e em nome de
terceiros, porque foram gravadas com essa finalidade, mas não houve a
competente desapropriação e a competente emissão de posse.
Entendo
eu, com toda a honestidade, que estejamos contribuindo para aumentar a
capacidade de negociação do Município em situações como essa. Porque, vejam os
senhores, não pode se olhar isso isoladamente. Tem que saber se a área de parque
natural está relacionada na Lei ou num Decreto. Só nessas condições que pode
ocorrer porque, aliás, a desapropriação só ocorre depois de decretado o
interesse social, depois de relacionado na Lei ou com algum procedimento
semelhante que possa permitir que ocorra a desapropriação.
Então,
não é para qualquer situação, Ver. Guilherme Barbosa, que me ouve com muita
atenção e que discutia comigo a situação, só naquelas áreas em que ocorreu a
desapropriação e só ocorre a desapropriação nesses casos quando a Lei ou o
Decreto anterior estabelecerem como sendo área de parque natural. E são poucos
na cidade de Porto Alegre, mas espero que sejam muito mais, porque estamos
abrindo a porteira, inclusive, Ver. Juarez Pinheiro, para que outros tantos
lugares possam acontecer. Não tem nada escondido nessa nossa proposta. Alguém
vai dizer: "Mas deve ter alguém que vai receber indenização aí!" Mas
é claro que há! Nós estamos falando em desapropriação Quem desapropria não
expropria; quem desapropria paga com recursos, quando tem, ou paga por um
instrumento inteligente que é esse que foi criado, que é a transferência do
potencial construtivo, isto é, aquilo que o cidadão poderia construir no seu
parque lá, Ver. Sebastião Melo, ele ganha o direito de construir em outro lugar
e vai ao mercado como dezenas, centenas
de pessoas foram nos últimos dez anos na cidade de Porto Alegre.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Pujol, apenas para dialogar sobre a sua Emenda, não se
poderia, por exemplo, colocar uma forma de controle público, uma
obrigatoriedade que passasse esse tipo de negociação pelas regiões de
planejamento envolvidas, dar uma forma de mais transparência? Apenas coloco
isso para discussão, até para ajudar na discussão da Emenda que V. Exª
colocou.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu presumo que as áreas para parque desta
Cidade, antes de serem declaradas como tal, já tenham caminhado... Porque não é
para estender para qualquer área da cidade de Porto Alegre. Aqui está escrito:
é para aquelas áreas que lei ou decreto estabeleceram como parques naturais.
O Sr. Juarez Pinheiro: Mas aquela área que receberia esse
potencial construtivo, principalmente.
O SR. REGINALDO PUJOL: Específico? Olha, Vereador, eu presumo
que sobre isso que nós estamos falando não se precisaria fazer mais nada. Hoje,
com autorização legislativa, aprova-se qualquer negociação na Cidade. Nós
estamos é clareando isso; eu pressuponho. Eu não estou no Governo, Vereador, há
vinte anos, quer dizer, não sei como é que acontece agora. No meu tempo, as
declarações de utilidade pública por interesse social ou para o desenvolvimento
da Cidade, davam-se diante de determinadas precauções, que eu acredito que
estejam ocorrendo agora. Não acredito que o Prefeito Tarso Genro, quando
participou desse processo, tenha feito em desacordo com a comunidade. Acho que
os cânones foram ouvidos. Mas a verdade é que existem áreas em Porto Alegre que
são declaradas áreas de parque ou praça e que não tiveram a desapropriação
efetivada. É isso que eu quero viabilizar, tão-somente isso.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Apregoamos a Emenda nº 06 aposta ao PLCL
nº 008/03 de autoria do Ver. Professor Garcia. (Lê.): “Acrescenta parágrafo,
onde couber, com a seguinte redação: ‘A venda do índice de potencial
construtivo será registrada no Cartório de Registro de Imóveis com respectivo
valor de mercado atualizado.’ Justificativa da tribuna. Sala de Sessões, 8 de
dezembro de 2004”.
O
Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PLCL nº 008/03.
O SR. GERSON ALMEIDA: Srª Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, quero, em primeiro lugar, dizer que falo em nome
pessoal, não em nome da Bancada e menos ainda do Governo. Acho que esta é uma
matéria que deveria efetivamente ser debatida para que possamos esclarecer ao
Plenário e, eventualmente, fazer as precauções necessárias. Mas acredito que
ela tem um grande mérito, porque - vejamos se eu entendi a preocupação do Ver.
Pujol - nós temos uma extraordinária dificuldade para efetivar áreas de parque
ou praça que dependam de desapropriação; áreas que sejam particulares. Porque,
em primeiro lugar, não existe mais a possibilidade, por meio de desapropriação,
de pagar um preço vil para os proprietários, um instrumento que foi usado ao
longo de muito tempo e que prejudicava o proprietário, mas, muitas vezes,
enfim, em função do interesse público, aquilo ficava particularizado ao
proprietário da área. Hoje isso não é mais possível. Portanto, áreas que são de
interesse da Cidade para serem preservadas da urbanização, para serem
preservadas da ocupação por prédios, são decretadas ou gravadas no Plano
Diretor como tal - áreas de interesse e de preservação -, no entanto, continuam
tendo como único instrumento para efetivá-las de fato como parque, a
desapropriação com meio de pagamento por pecúnia ou por índice construtivo.
Estes são os dois únicos instrumentos que existem.
Portanto,
nós temos de resolver essa situação. Como o Município ou o Estado, que são
basicamente as frações do Estado que se deparam com esse tipo de problema, de
um modo geral não têm recursos ou estão com dificuldades de recursos, e essas
áreas, também, via de regra, são bastante valorizadas, nós ficamos numa
situação extremamente complicada: o Poder Executivo e a sociedade expressam a
vontade de transformar determinadas áreas em parques ou praças; o Poder
Executivo decreta, estabelece isso; mas, efetivamente, a comunidade não pode
usufruir essas áreas como parques ou praças, e elas estão permanentemente
ameaçadas de ocupação.
Então,
se entendi bem a Emenda do caro Ver. Pujol, me parece que ela é extremamente
positiva, porque coloca mais um instrumento para o Poder Executivo municipal
poder negociar com os proprietários privados o interesse público, que é
efetivar aquelas áreas como parque - no caso parque, porque áreas de interesse
natural dificilmente são praças. Então, eu acho extremamente importante.
Há
um argumento que alguns colegas colocavam: como essas áreas são muitas vezes
grandes, se 100% trocadas por índice, podem inflacionar ou criar muitos índices
na Cidade. É verdade, essa é uma preocupação que deve ser levada em conta. No
entanto, se essa é uma preocupação, e uma preocupação justa, isso não pode
impedir que o instrumento exista para que o Poder Executivo negocie dentro dos
limites e possibilidades efetivas, e dentro do limite adequado. Nós sabemos que
índice é dinheiro, mas é um dinheiro que tu não precisas produzir no teu caixa
previamente, é o dinheiro que se estabelece a partir do espaço da Cidade.
Então,
vejam, eu quero colocar isso como discussão - provavelmente esse Projeto mereça
uma discussão maior se o Plenário não estiver completamente esclarecido -, mas
me deparei, na condição de Secretário do Meio Ambiente, durante, pelo menos,
dois períodos nesta Cidade, com alguns casos bem complexos, como por exemplo:
Morro do Osso e Reserva Biológica do Lami, que, há mais de 25 anos, estava
decretada como reserva biológica; mas ela não era efetivamente uma área
pública, era uma área privada, com criação de gado e muitas outras coisas que,
por vinte e tantos anos, vinham
degradando a área. Tivemos de usar uma situação muito sui generis, que era terminar o ano,
Ver. Haroldo, com saldo de caixa para efetivá-la como reserva biológica, uma
coisa rara de acontecer.
E
o Morro do Osso foi decretado como parque, com cerca de 110 hectares: 25
hectares como parque, na decretação; mais 25 hectares negociados ao longo
desses anos. Agora, convenhamos, quem conhece a área do Morro do Osso sabe que
é uma área extremamente valorizada. Se for usado apenas o dinheiro do caixa do
Município, talvez a gente fique mais 20, 30 anos, e ele não seja parque.
Não
seremos mais Executivo no próximo período, mas acho que o Executivo deve ter um
instrumento a mais no seu cardápio de possibilidades para viabilizar áreas de
parque, de praças como bem comum do povo,
e eu acho que essa Emenda do Ver. Pujol vem nesse sentido. Os problemas
que dela possam advir poderão ser discutidos na macrorregião, nas regiões do
Orçamento, e poder-se-á ver se é do interesse ou não trocar por X Índice ou X
menos índice, mas há mecanismos de contenção que a própria população tem para
evitar o que, eventualmente, essa inflação possa acarretar.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para discutir o PLCL nº 008/03.
O SR. CARLOS PESTANA: Verª Margarete Moraes, demais Vereadores
e Vereadoras desta Casa, os assuntos que envolvem mudanças no nosso Plano
Diretor são assuntos de extrema relevância e de extrema complexidade; eles têm
de ser analisados com todo o cuidado e com todo o zelo com a questão pública.
O
Ver. Luiz Braz, há mais de uma semana, vem dialogando com a gente no sentido de
aprovar o seu Projeto, que, no mérito - nós sempre o externamos ao Vereador -,
tinha a nossa absoluta concordância; contudo, nós registrávamos algumas
dificuldades de ordem legal. A partir dessa compreensão, passamos esta semana
inteira, junto com a assessoria do Gabinete do Prefeito, construindo uma Emenda
que viabilizasse aquela intenção, que nos parecia justa, correta, que estava
sendo proposta pelo Ver. Luiz Braz. A partir dessa discussão, e desse acordo,
nós, aqui, homologamos uma Emenda que tinha esse objetivo, que trabalhava
fundamentalmente com aquelas áreas, com aqueles prédios culturais que deverão
ser tombados. Poderíamos, aqui, citar alguns exemplos aos quais essa Lei
procura beneficiar, que fundamentalmente passa pela questão do Pão dos Pobres,
poderia, também, beneficiar o Asilo Padre Cacique, bem como o Lar Santo
Antônio.
O
problema ou a dificuldade, é que vem agora a Emenda do Ver. Reginaldo Pujol,
que foge, um pouco, Verª Sofia Cavedon, daquilo que nós vínhamos
fundamentalmente debatendo neste Projeto, que era a idéia dos prédios, das
áreas onde estão localizados os prédios tombados.
Ver.
Reginaldo Pujol, aqui não é uma posição contrária à Emenda de V. Exª, o próprio
Vereador que me antecedeu, da minha Bancada, Ver. Gerson Almeida, destaca pelo
menos uma idéia, uma sensibilidade positiva em relação à Emenda de V. Exª, só
que ela pode trazer um impacto para a Cidade, que nós ainda - pelo menos
enquanto Bancada, hoje, de Governo, mas fundamentalmente que temos uma
preocupação com a Cidade, independente de sermos Governo ou não -, não temos condições de avaliar neste
momento.
Então,
por uma questão cautelar, Ver. Pujol, antes de lhe dar o devido aparte, é que a
gente, hoje, aqui na Bancada - com os elementos e com as condições que nós
temos hoje -, votaríamos contra; não contra o mérito propriamente dito, por que
efetivamente a sua Emenda entrou hoje, e nós temos uma dificuldade concreta de
poder avaliar o que representaria para o conjunto da nossa Cidade.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu quero dizer a V. Exª, primeiro: que só entrou hoje
porque só hoje entrou em discussão esta matéria, quando eu vi que iria entrar
em discussão eu providenciei, no ingresso da matéria, antes de ser aberta a
discussão; segundo, porque só neste momento poderia ocorrer, não tinha outra
forma de ter a Emenda; outro detalhe: o impacto que V. Exª teme está
absolutamente resguardado por outros mecanismos contidos dentro do Plano,
mecanismos pelos quais não permitem, por exemplo, que ocorra transferência do
potencial construtivo para áreas que já estejam saturadas, por aplicação de
outros benefícios. Há uma cartelinha dentro da Secretaria Municipal de Obras e
Viação e da Secretaria de Planejamento que dá as cargas de índice que as várias
unidades podem possuir. O que não existe é possibilidade de se pretender que em
todos os parques se faça a comercialização disso, porque lá a gente não quer
que se construa, ninguém quer que se construa.
O Sr. Wilton Araújo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Pestana, partilho da preocupação de V. Exª e da Bancada de
Vossa Excelência. A Bancada do PPS também tem essa preocupação, e seria
recomendável que nós tivéssemos um período para que essa análise pudesse ser
feita pelo futuro Governo. Quem sabe até as Bancadas da Frente Popular e do PPS
pudessem analisar em conjunto, porque é uma questão que realmente vai
influenciar, em muito, a Cidade daqui para frente.
O SR. CARLOS PESTANA: Então, é nesse aspecto. Ver. Reginaldo
Pujol, quero só lembrar a Vossa Excelência que este Projeto, na verdade, já
havia sido pautado em outra ocasião e já havia recebido Emendas em outra
ocasião. E todas aquelas Emendas que
até então vinham sendo apresentadas, haviam passado por um processo de
discussão. Infelizmente, pelas razões pelas quais acabei de ponderar aqui, não
contra o mérito, mas fundamentalmente porque a gente desconhece o efetivo
impacto que a Emenda de V. Exª está propondo na cidade de Porto Alegre, a nossa
Bancada, no que diz respeito à Emenda proposta pelo Ver. Reginaldo Pujol,
deverá votar contra.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrada a discussão.
Submeterei
à votação o Requerimento assinado pelo Ver. Guilherme Barbosa que propõe o
adiamento da votação por uma Sessão do PLCL nº 008/03.
Em
votação o Requerimento assinado pelo Ver. Guilherme Barbosa propondo o
adiamento por uma Sessão da votação do PLCL nº 008/03. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. N.º 5563/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 057/04, que altera o limite da Área de Ocupação
Intensiva e institui Área Especial de Interesse Social III em gleba situada na
estrada Edgar Pires de Castro n.º 5060 e dá outras providências.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação
do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 08-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 057/04. (Pausa.)
O Ver. Wilton Araújo está com a
palavra para discutir.
O SR. WILTON ARAÚJO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão nas galerias e
aqueles que nos acompanham normalmente pela TVCâmara, este é um momento alegre
porque estamos chegando ao fim, cumprindo mais uma etapa e um processo, que é
um processo que, sem dúvida nenhuma, já
vem há algum tempo sendo estudado, analisado e, também sem dúvida nenhuma, um
processo de grande mérito, dado que é aquele que vai possibilitar, vai fazer
com que as famílias que há muito tempo estão dentro desta Casa, dentro da
Comissão de Urbanismo Transporte e Habitação, junto ao Governo do Estado, com a
Secretaria de Habitação, junto a este Plenário, nas várias etapas, fruto dessa
união da justiça social que ele vai desencadear, é por tudo isso que nós
dizemos que é uma etapa que vai trazer muita alegria para a Cidade, não só para
aqueles que, com justiça, vão estar dentro dessa área que foi negociada, e aí
há que se fazer um registro muito claro, muito objetivo, do interesse e da
celeridade que o Governo do Estado teve em tratar dessa questão, na medida em
que adquiriu a área com rapidez e consolidou essa área como sendo a futura área
daqueles que estavam lá à deriva, no tempo, sem a sua casa, sem a sua
habitação, com a sua família, sem ter o mínimo para estar minimamente garantida
a sua permanência em uma área - e a moradia que é, sim, de justiça e é a
moradia que deve ser de todos nesta Cidade.
Há também que se registrar as
dificuldades que as políticas habitacionais do Município têm enfrentado através
dos tempos, em especial nos últimos tempos, na nossa opinião, porque não tantas
são as áreas, por isso tão grande é a pressão que a população que não tem onde
morar está exercendo em cima dos órgãos públicos. E nós vemos aí invasões em
várias áreas das Cidade, muitas áreas da Cidade, e isso só tem que se registrar
que é um reflexo da necessidade mais profunda que a população menos favorecida
tem de ter onde habitar.
Por isso, esta Casa e este Vereador, em
especial, vêm acompanhando, há muito tempo, todo esse movimento, vimos,
primeiro, registrar a rapidez do Governo do Estado na compra da área; e, agora,
registrar também que esta Câmara está cumprindo o seu papel, porque com rapidez
está conseguindo votar este Projeto que vai liberar, que vai transformar aquela
área em Área de Interesse Social. O Executivo Municipal também manda com
rapidez este Projeto, porque assim era exigido; e a Câmara se debruça sobre ele
e aí, sim, temos de fazer com que aqueles que estão lá, hoje, estão aqui
conosco no plenário, mas já estiveram inúmeras vezes em várias visitas, em
várias audiências acompanhando tudo. Essa comunidade que unida está garantindo,
junto com a Cidade, com o Executivo, com o Legislativo e com o Governo do
Estado, a possibilidade de, no futuro, estar morando no que será de sua
propriedade. Então, por isso, parabéns, ao Governo do Estado e ao Executivo, e
também a esta Casa que vai, certamente, votar favorável a esse Projeto. Esse
Projeto que vem sendo estudado pela CUTHAB há muito tempo e também atualmente
quando presidida pelo Ver. Renato Guimarães. Por isso, parabéns a esses todos e
à união dos senhores, porque a união e a pressão dos senhores garantiu, sim,
essa conquista. Então, está a Cidade, sim, de parabéns, porque consegue
resolver um problema; estão os senhores pela sua união, garantindo o futuro das
suas famílias. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o
PLE nº 057/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
meus colegas Vereadores, colegas Vereadoras, especialmente a nossa comunidade
da antiga Atilio Supertti, que hoje está lá na Estrada do Rincão, em Belém
Velho. Eu quero aqui, Maurício, dizer que há um velho lema que diz que
“comunidade unida jamais será vencida”. Os senhores têm sido bravos nessa
matéria, porque ocuparam aquele conjunto habitacional, Haroldo, lá na Rua
Atilio Supertti nº 660, que é um programa extraordinário do PAR - Programa de
Arrendamento Residencial -, da Caixa Econômica Federal e que precisa ser
preservado no Brasil inteiro. Porque num País, Presidenta, onde não há política
habitacional, as poucas que têm precisam ser preservadas. Mas a Caixa não tem
só esse Programa, tem outros programas como o subsídio habitacional, que é o
caso pontual para as famílias que têm rendimento entre 3 e 5 salários mínimos;
aquelas lá permaneceram. Aquelas que não tinham, depois de idas e vindas,
recursos e não-recursos, a Justiça determinou a desocupação. E aqueles que não
tinham lugar para onde ir, depois de muitas tentativas, o Sr. Carlinhos, num
ato generoso - ele que é dono de um clube do Belém Velho -, a partir daquele
momento, deixou de fazer os seus bailões, para acolher lá aquelas famílias. E a
Assembléia até pagou um mês; o Governo do Estado pagou outro, depois virou uma
confusão, ninguém mais pagava ninguém, e esse processo hoje só foi possível
porque os entes federados estão trabalhando harmonicamente. O Governo do Estado
assumiu o compromisso, através da Sehab, de que faria a aquisição do terreno,
mas que para tal precisaria fazer um acordo com o Município para transformá-lo
em área de regime especial, que é o que esta Casa, hoje, vai aprovar para poder
dar condições urbanísticas à localidade.
Então,
o Governo do Estado cumpre, Ver. Garcia, com a sua parte. O Município há de
cumprir com a infra-estrutura porque este é o acordo. E há de buscar no Governo
da União o programa subsidiado habitacional da Caixa Econômica Federal. Se
estes três entes fizerem cada um o seu papel, Presidenta, evidentemente que nós
vamos resgatar a cidadania e vamos fazer com que estas pessoas tenham um
pouquinho de dignidade, como a de ter uma casa, mesmo que pequena, mas que seja
sua lá no futuro.
Então,
eu queria aqui registrar que somente isso foi possível para muitos dos
senhores, que muitas vezes iam a nossos gabinetes - e não foram só no meu
gabinete, mas em todos os gabinetes - dizendo: “Nós precisamos de um saquinho
de ficha para nos movimentarmos; para irmos para frente do Palácio Piratini, à
Prefeitura, vir aqui na CUTHAB, estarmos aqui no Plenário”. Eu quero dizer que
os senhores são os grandes vitoriosos dessa luta, porque contra a organização
popular não há outra ferramenta que possa vencer, só mesmo a organização
popular faz a conquista, porque se depender do Poder Público no sentido lato sensu, as coisas são muito lentas.
Muitas comunidades como a de vocês aguardam há muito mais tempo nesta Cidade e
não conseguiram obter aquilo que vocês estão obtendo. Então parabéns à
comunidade, à sensibilidade do Poder Público, à CUTHAB que teve um papel extraordinário
com a Presidência do Ver. Carrion - faça-se justiça. Eu mesmo já era da CUTHAB,
hoje presido outra Comissão, e sei que este assunto vem de longe. Mas a todos
os Vereadores, não se deve dizer que foi obra de um Vereador, de uma pessoa;
acho que todos nós, de certa forma, somamo-nos do nosso jeito, da nossa
maneira, de forma coletiva. Quero registrar que o Governo do Estado, ao qual
tenho a honra de pertencer, assumiu o compromisso, através do Secretário Alceu
Moreira, no Plenário desta Casa, nas primeiras reuniões, de que este seria o
seu quinhão, nesta parcela, e o Governo resgatou, piamente, o que havia
assumido.
Então,
um grande abraço aos nossos amigos e companheiros da Atilio Supertti, e dizer
que a caminhada e a luta continuam. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir o PLE nº 057/04.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, a Câmara
de Vereadores está dando um passo significativo na luta de uma comunidade. Um
passo que representa a consolidação de uma etapa dessa luta, mas que não
consolida a vitória dessa luta.
Venho
a esta tribuna com a responsabilidade que tive durante esses meses – desde 12
de março de 2004 – quando, lá na Assembléia Legislativa, a Câmara Municipal,
juntamente com a CONAM, a UAMPA, o DEMHAB, a Secretaria de Habitação do Estado,
a Deputada Jussara Cony, o Deputado Vieira da Cunha, a representação da CUTHAB
e outras autoridades, assumiu um compromisso com os moradores aqui presentes,
de que eles, ao saírem pacificamente dos imóveis da Atilio Supertti, teriam, em
contrapartida, o compromisso das autoridades públicas Municipais, Estaduais e
Federais, de que a alternativa de moradia estava sendo encaminhada.
A
partir daquele momento haveria um núcleo concreto para resolver a questão
habitacional dessas famílias - isso no dia 12 de março de 2004. Os cidadãos
presentes aqui confiaram no Poder Público, no Poder Legislativo Municipal, no
Estadual, e chegamos ao dia de hoje. Estamos aprovando a transformação daquele
terreno em AIS - Área de Interesse Social -, para que, a partir dessa aprovação
o Poder Público local, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, possa começar a
outra etapa. Na primeira etapa o Governo do Estado compra uma área e a coloca à
disposição de um programa habitacional. Isso foi feito.
Na
segunda etapa é desafetada a utilização dessa área na Câmara de Vereadores, que
é o que estamos fazendo hoje.
Na
terceira etapa, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, conforme compromisso
assinado, coloca toda a infra-estrutura de emergência, abertura de ruas,
colocação de rede de água, colocação de rede elétrica para que as famílias
possam ir morar lá.
Na
quarta etapa a Caixa Econômica Federal, através do seu Programa PAR ou do
Programa de Subsídio Habitacional, financia os moradores para que construam
suas unidades habitacionais.
Então,
Maurício, representantes da CONAM, da UAMPA, todos que estão aqui, hoje, a
Câmara de Vereadores, além de fazer o seu papel aprovando essa Lei hoje, vai
fiscalizar para que esse termo que vocês assinaram junto conosco, naquele dia,
possa ser cumprido na íntegra. Nós estamos desafetando a área, hoje, mas nós
queremos, muito em breve, ir lá na Rua Edgar Pires de Castro no nº 5.060,
inaugurar, junto com os moradores, as habitações, inaugurar a praça, a escola,
o posto de saúde, porque foi esse o acordo feito com esses moradores.
E,
por isso, Srª Presidenta, é que esses moradores tiveram unidade, acreditaram no
Poder Público e vieram até o dia de hoje.
Portanto,
o nosso compromisso, aqui, hoje, é que vamos junto com vocês; nós não paramos
aqui; nós vamos além. Nós vamos até o dia em que as casas de vocês forem
inauguradas lá na Rua Edgar Pires de Castro nº 5.060.
Todos
nós, aqui, já estamos convidados para esse dia, porque a Prefeitura e a Caixa
Econômica Federal vão ter de cumprir, na íntegra, esse acordo até o final.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
discutir o PLE nº 057/04.
Há
dois anos - são dois anos - para nós que somos bafejados pela sorte e temos onde
morar - bem ou mal -, temos onde
morar, nós não aquilatamos o sofrimento das pessoas, não conseguimos atingir o
nível de sofrimento dessas pessoas. De jeito nenhum! Para nós, passa batido.
Temos uma noção do que sejam essas dificuldades. E por que somente depois de
dois anos nós estamos aprovando, nós vamos aprovar o Projeto - o Executivo, a
Câmara -, e depois vamos esperar o cumprimento da Caixa Econômica Federal. Mas
ela é também do Governo; será que vai rapidamente resolver esse problema ou
serão mais dois, três, quatro, cinco anos para que essas pessoas tenham suas
casas?
Nós
não temos uma política habitacional condizente com a necessidade da população
brasileira. O que deveria acontecer é que nesses casos de extrema necessidade
social as coisas andassem mais rápido. O Ver. Wilton Araújo disse aqui que hoje
é um dia de alegria. É de alegria, para nós e para vocês. Mas também é um dia
de comprovação que realmente nós temos que renovar muitas coisas no andamento
dos nossos trabalhos da Câmara, do Executivo, de caixas econômicas, de
comissões, para que essas pessoas, ao comprovarem que estão absolutamente
certas que podem ser atendidas, não esperem dois anos para esse atendimento.
No ano que vem um novo Prefeito vai assumir e é evidente que
ele vai entrar com a responsabilidade de cumprir esse cronograma que foi
estabelecido. Eu não cumprimento ninguém, porque sinceramente, depois de dois
anos de ocupação e com toda essa demora e burocracia para que as pessoas possam
ser atendidas, eu não estou alegre. Eu estou alegre por vocês, mas estou triste
pelo andamento da política. Dois anos esperando um lugarzinho para morar, dói!
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para discutir o PLE nº 057/04.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, comunidade da Atilio Supertti, quero dizer que
hoje é um dia de alegria, sim. Primeiro, por mostrar a força da coletividade.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Professor Garcia, os nossos visitantes sentir-se-iam
muito mais homenageados se não houvesse tantos discursos, o que nós todos
estamos concordando. Mas eu estou concordando com V. Exª também.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, então já entendo que a Bancada
do PP não vai discursar; é uma Bancada a menos, e isso é bastante salutar.
Eu
acho importante fazer essa manifestação, porque nós acompanhamos de perto a
angústia dessas pessoas, o momento da ocupação, a saída, de que forma se deu o
processo, as dificuldades de eles ficarem no local, as famílias sendo
dissolvidas como grupo, e, num determinado momento, parecia difícil, mas a
mobilização, o entendimento, a busca, e principalmente a confiança no Poder
Público levou a essa mobilização. Foram inúmeras ações aqui na Câmara, na
Assembléia, movimentação essa - já foi dito também pelos demais Vereadores -
que envolve o Governo Federal, o Governo Estadual e o Governo Municipal.
Lembro-me que num dos primeiros momentos as famílias ficaram morando de forma
coletiva, não respeitando o direito à privacidade, muitas famílias começaram a
sair daquele local para tentar ficar em algum lugar onde pudessem ser
abrigados. Mas o que vimos é que através dessa movimentação, e principalmente
da confiança da comunidade, esse processo foi agilizado: em tempo recorde, a
Câmara Municipal fez três Sessões Extraordinárias – e o Ver. João Antonio Dib
ri, não é Vereador -, agilizando processos; o Executivo mostrou rapidamente também
a questão da agilidade, e a Câmara Municipal vai aprovar esse Projeto por
unanimidade, porque é aquilo que o Vereador João Antonio Dib sempre diz: é uma
questão que busca o bem comum, e quando busca o bem comum e interessa a todos,
temos que agilizar.
Quer
dizer, foi dotada a área, a infra-estrutura, e agora tenho a certeza de que a
Caixa Econômica Federal, para a obtenção de recursos, também vai agilizar;
claro que não vai ser num espaço de duas ou três semanas, como foi a questão da
regularização, mas acho que a comunidade está de parabéns porque, a partir de
hoje, acredito ainda mais na questão do Poder Público e da negociação. Nós,
cada vez mais, acreditamos no poder, principalmente, na mobilização da
comunidade e de quem acredita que, unindo esforços, todos podem sair
vitoriosos. Parabéns a vocês.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para discutir o PLE nº 057/04.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, principalmente a comunidade que está aqui há
tanto tempo buscando os seus direitos, o direito, Ver. Carlos Pestana, dos mais
sagrados, que é o da habitação. Este Projeto tem sido debatido pela Comissão do
Plano Diretor, assim como outros de regularização de áreas na cidade de Porto
Alegre. Este tema é tão grave no sentido do déficit habitacional, Verª Sofia
Cavedon, que ele não é atinente apenas à cidade de Porto Alegre, a todas as
metrópoles do Brasil, pela chaga social que vive este País há tantas e tantas
décadas, sofre no sentido de resolver o problema da habitação, de como oferecer
habitação para as pessoas, como traçar uma política habitacional para as
pessoas mais carentes que vivem o drama de não ter um teto, o que há de mais
sagrado para uma população. Mas tão sagrado quanto um teto é que esse teto,
Verª Maria Celeste - e conversávamos sobre isso - é termos qualidade de vida de
forma plena, não só ter um teto; é ter um teto com qualidade, uma casa ou um
apartamento com mínimas condições de habitabilidade, que garanta também - e
aqui vem, sim, um ambientalista que busca trabalhar a questão socioambiental -
que tenha qualidade do ar, que a temperatura ali seja mantida através da
arborização, através da manutenção dos recursos hídricos, ou seja, uma política
habitacional, Ver. Oliboni, sustentável. Nós buscamos habitações sustentáveis.
Portanto, não é qualquer habitação que nós podemos defender aqui, e não é
qualquer regularização de área que nós podemos defender aqui.
Eu
antecipo que, sim, a Bancada do Partido Progressista, de uma forma geral,
votará a favor deste Projeto, que se empenhou, com todos os demais Vereadores
desta Casa, Ver. Renato Guimarães, que, com certeza, nos dará um aparte, e está
buscando resolver esse impasse que não é isolado, infelizmente. Que bom seria
se fosse só o caso de vocês. Não é. Mas estou dizendo isso, porque sabemos que
ali existe banhado, existe mata atlântica e que precisa ser preservada, para
que vocês possam habitar de forma digna, com qualidade e de forma sustentável.
É essa a questão, Ver. Renato Guimarães, que eu estava ponderando.
Portanto,
nós vamos, sim, regularizar a área, mas vocês têm de ser aliados, e eu quero
estar lá para conhecer essa área para que o projeto habitacional seja
sustentável em equilíbrio com o meio ambiente que ali está, que vocês sejam os
que mais cuidem daquele meio ambiente, porque aquele meio ambiente é para
vocês, mais do que ninguém. Nem conheço a área; moro longe, moro no Bairro
Petrópolis, mas, para que vocês possam ter habitação digna, vocês devem ser os
primeiros a buscar a preservação do remanescente de mata atlântica e de banhado
que ali existem. É isso o que eu estou ponderando, para que a Caixa Econômica
Federal, que vai financiar a obra, e quem licenciar aqui por parte da
Prefeitura levem isso em consideração, porque nem sempre isso acontece, e nós
acabamos comprometendo a própria habitação e, portanto, o próprio princípio
social ali estabelecido.
O Sr. Renato Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Beto Moesch, é de tamanha importância o seu pronunciamento,
porque, na realidade, resgata um compromisso assumido na CUTHAB por parte do
comprador da área, que é o Governo do Estado, por intermédio do Departamento de
Habitação do Estado. Este debate foi levantado: de que na área comprada tinha
mata e banhado, e ficou o compromisso nas reuniões da CUTHAB de que os projetos
urbanísticos para a ocupação da área garantiriam toda a preservação ambiental
necessária lá, tanto por parte do Governo do Estado, que é o proprietário da
área, e que vai desenvolver não só o projeto da Atilio Supertti, que são onze
hectares de terra, mas outros projetos habitacionais também serão desenvolvidos
lá, mas, tanto para os da Atilio Supertti como para outros projetos. Houve a
garantia nas reuniões da CUTHAB, porque as questões de preservação ambiental
por parte dos encaminhamentos municipais, projetos municipais e também dos
projetos do Governo do Estado estariam sendo garantidos. Eu faço esse registro
para colaborar com sua intervenção.
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Renato Guimarães. Nós
acompanhamos, portanto, a intervenção de V. Exª Confiamos na CUTHAB, na
comunidade e, portanto, somos pela aprovação do Projeto pelo bem da Cidade e da
habitação socioambiental. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLE nº 057/04.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, o tema já está exaustivamente debatido. Tudo o que
se puder trazer aqui, já foi dito – e eu diria que foi bem dito –, e a
comunidade presente, a comunidade da Rua Atilio Supertti, com essa alteração
que corresponde à Casa, estará abrindo caminho definitivo para atender aquilo
que é fundamental, que é a moradia, a
habitação.
Então,
a minha presença, Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
é apenas e tão-somente para destacar um aspecto dessa caminhada da Rua Atilio
Supertti.
Quando
o Maurício veio à Casa, ele teve de comprar um terno. Ele se apresentou aqui
muito bem de terno e gravata - e ele teve de comprar esse terno fiado,
financiado. E isso sensibilizou a todos. Nós até discutimos, depois, que, numa
situação dessas, se nos fosse trazido o problema, nós, evidentemente,
interpretaríamos a norma de acordo com a realidade, e o Maurício poderia vir
aqui, à tribuna, como está hoje, de camisa.
Mas
este é um dado importante, que, inquestionavelmente, vai para os anais da
história da Câmara Municipal e do Município, quando moradores fazem a sua luta
na busca da habitação. Luta essa na qual participaram os mais diferentes
órgãos, como a Caixa Econômica, do Governo Federal, o Governo do Estado, o
Município, o DEMHAB, a Câmara Municipal, para um epílogo extraordinariamente
positivo, que visa a alocar pessoas dignas, famílias, em locais compatíveis com
a dignidade humana.
Fica
apenas, Ver. João Antonio Dib, este registro, que vai para os anais da história
da Cidade, quando, na forma do Regimento, um líder foi a uma loja e comprou
fiado, financiado, a roupa para vir à tribuna; e, logo depois, correu uma
lista, aqui no plenário, que, não sei se todos, mas a maioria, inclusive este
Vereador, subscreveu, dando uma pequena contribuição para que o Maurício fosse
pagar a sua roupa na loja. É um dado que pode não ser importante hoje, mas,
amanhã, quando nós vencermos todas essas mazelas e questões pequenas, vamos ver
a significação histórica desse ato. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais quem queira discutir. Em
votação o PLE nº 057/04. (Pausa.) O Ver. Mário Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação.
O SR. MÁRIO FRAGA: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, estamos encaminhando pela Bancada do PDT para dizer aos dignos
moradores da Estrada Edgar Pires de
Castro, 5.060, que o PDT apóia integralmente esse Projeto, e que, se Deus
quiser, vocês serão vizinhos deste Vereador, Mário Fraga. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais quem queira encaminhar,
solicito silêncio. Em votação o PLL nº 057/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes. (Palmas.)
Eu
quero, neste momento, dizer que, na condição de Presidenta desta Câmara,
Maurício, as primeiras Tribunas Populares que eu presidi foram recebendo o
Maurício. Como muito bem falou o Ver. Elói Guimarães, houve um processo
solidário entre os Vereadores desta Casa até para que se pudesse apresentar
isso. Essa comunidade, que é chamada de Comunidade da Atilio Supertti, merece
os parabéns por sua persistência, por sua paciência, pelo respeito às
instituições.
Eu
quero cumprimentar a todos vocês em nome do Maurício Melo, quero cumprimentar e
parabenizar a todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa e pedir licença para
mandar um abraço especial ao Ver. Renato Guimarães, Presidente da CUTHAB, que
não mediu esforços para que chegássemos a esse bom entendimento. A Câmara de
Vereadores, Ver. João Antonio Dib, cumpriu a sua missão, mas não lava as mãos.
Eu tenho certeza de que os novos Presidentes da Câmara e da CUTHAB continuarão
ao lado de vocês, apoiando para que as novas etapas - a etapa da
infra-estrutura e da construção das casas - também sejam vitoriosas como vocês
foram até aqui. Continuem unidos que a vitória chega! Muito obrigada. Parabéns
a todos! (Palmas.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N.º 4079/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 043/04, que autoriza a abertura de créditos
especiais no Executivo Municipal no valor de R$ 708.931,36 e dá outras
providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 01-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 043/04. (Pausa.) O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta Verª Margarete Moraes,
colegas Vereadores e colegas Vereadoras, Ver. Nedel - V. Exª que pertence à
nossa Comissão de Economia, Finanças e Mercosul -, eu analisei este Projeto e
quero chamar a atenção a um detalhe: trata-se de abertura de créditos
especiais, rubricas especiais, Ver. Dib, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias e
a Lei do Orçamento estabelecem que as suplementações são de 4,25% Aqui
estabelecem, abrem os créditos, e no
art. 3º diz o seguinte: “Fica, também, o Executivo Municipal autorizado a abrir
créditos suplementares até o limite de 10% (dez por cento) dos créditos
especiais acima autorizados”. Eu quero dizer que isso destoa do Orçamento. Não
posso ter duas legislações para a mesma matéria. Isso aqui está errado, tem de
ser corrigido. Não sou contra a abertura dos créditos suplementares, agora,
isso aqui destoa, Ver. Juarez, da questão envolvendo a LDO e envolvendo o
Orçamento, porque na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei do Orçamento, ora
em vigência, Ver. Gerson Almeida, o limite de autorização é 4,25%.
Pois
bem, quando eu abro uma rubrica especial e nela digo que vou suplementar 10%,
estou rasgando a LDO e, conseqüentemente a Lei do Orçamento. Então, o apelo que
eu faço é no sentido de que a Bancada do Governo faça apenas uma Emenda,
simples, um destaque, e que, evidentemente, nós aqui pudéssemos resolver isso
de comum acordo. Coloque de acordo com a Lei do Orçamento, e assim não haverá
problema nenhum, porque estaremos dentro dos parâmetros da Lei que esta Casa
votou.
Então,
este é o registro que eu queria fazer, porque, ao analisar, percebi essa
questão e, evidentemente, não posso, ao percebê-la, deixar de registrar aqui da
tribuna para conhecimento dos colegas Vereadores. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª Presidente, eu quero fazer destaque
do art. 3º do Projeto.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir o PLE nº 043/04.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, não vou gastar os cinco
minutos. Eu pediria especial atenção do Ver. Sebastião Melo, que fez uma
intervenção, em primeiro lugar, trazendo, realmente, uma disposição do
Orçamento, Ver. João Dib. Mas eu acredito, Ver. Melo - eu gostaria de dialogar
com V. Exª-, que não existe esse óbice do Ver. João Dib, que se preocupou com a
matéria, pelo que diz o artigo (Lê.): “Fica, também, o Executivo Municipal
autorizado a abrir créditos suplementares até o limite de 10% dos créditos
especiais acima autorizados”. Ver. Sebastião, o que o Município não pode fazer
é suplementar acima de 4,25% do total do Orçamento. É essa a inteligência daquele
dispositivo, que nós discutimos muito ao longo desta Legislatura, mas é sobre a
totalidade do Orçamento.
Esse
dispositivo aqui, Ver. João Dib, apenas diz que autoriza 10% dos créditos acima
elencados. Vejam bem, ele não está dizendo que é da totalidade do Orçamento.
Portanto, eu pediria que o Ver. Sebastião Melo considerasse isso. O que diz
aqui jamais poderia essa lei menor passar por cima, Ver. Sebastião Melo, do que
foi discutido na LDO e no Orçamento, que estipulam um percentual de 4,25% para
suplementação automática. Aqui apenas se refere aos créditos acima abertos.
Portanto, Ver. João Dib - que conversa sobre o assunto com o Ver. Garcia da
Comissão - não há nenhum problema; problema haveria se o Município estivesse
suplementando acima de 4,25% da totalidade do Orçamento.
Portanto
eu acho que essa explicação atende à justa reivindicação do Ver. Sebastião e do
próprio Ver. João Dib, que eu acho que é essa a inteligência correta do
dispositivo. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Apregôo o destaque do art. 3º do PLE nº
043/04, assinado pelo Ver. João Antonio Dib: “Fica, também, o Executivo
Municipal autorizado a abrir créditos suplementares até o limite de 10% dos
créditos especiais acima autorizados”.
Em
votação o PLE nº 043/04, com ressalva do destaque solicitado pelo Ver. João
Antonio Dib, do art. 3º. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Em
votação nominal o art. 3º, destacado pelo Ver João Antonio Dib (Lê o art. 3º.):
“Fica, também, o Executivo Municipal autorizado a abrir créditos suplementares
até o limite de 10% dos créditos especiais acima autorizados”.
Esse
é o art. 3º para o qual o Ver. João Antonio Dib solicitou destaque.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Renato Guimarães, o art. 3º, destacado
pelo Ver. João Antonio Dib, do PLE nº 043/04. “Sim” mantém o texto original;
“não” retira do texto o art. 3º. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 7 votos SIM, 13 votos NÃO.
Nós
vencemos o Requerimento apresentado pela Verª Celeste até o PLE nº 043/04,
conforme proposta do Ver. Reginaldo Pujol.
Suspendo
a Sessão para que haja acordo entre as Bancadas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 18h04min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às
18h07min): Estão
reabertos os trabalhos. Consulto os Vereadores em relação à ordem de votação.
O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Depois de longa rediscussão, chegamos à
conclusão de que vamos seguir a ordem original: PLL nº 123/04, PLE nº 003/04,
PLE nº 011/04 e PLCL nº 012/04, porque achamos que além daí será muito difícil.
Requeremos, então, que seja seguida a ordem original de votação dos Projetos.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento apresentado
pelo Ver. Wilton Araújo, no sentido de que seja seguida a ordem original de
votação dos Projetos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO pela
unanimidade dos presentes.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 2801/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 123/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que proíbe, no Município, comercializar ou servir bebidas alcoólicas em bares e
similares localizados no interior dos estádios de futebol, em ginásios e praças
desportivas, em dias e horários que menciona, e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver.
Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 24-11-04;
-
discutiram a matéria os Vereadores P.A.Leal e R. Pujol, em 01-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 123/04. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Vereadora, uma consulta:
não havia sido encerrada a discussão?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quem estava na Presidência, nesse
momento, era o Ver. Elói Guimarães, eu não me recordo, eu havia saído um
minuto. Aqui não consta que foi encerrada. Discutiram a matéria os Vereadores
Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol. (Pausa.)
Não
foi encerrada a discussão, alerta-me a Diretora Legislativa, inclusive a Sessão
terminou por falta de quórum.
O
Ver. João Antonio Dib se inscreve para discutir o PLL nº 123/04.
O
Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para discutir o PLL nº 123/04, por
cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Vereadores, não esperava sair daqui com
uma verdadeira bomba que é este Projeto. Bomba no sentido de explodir os
ânimos, as opiniões dos companheiros, dos camaradas de Plenário, porque é um
Projeto audacioso. O pior de tudo é que fui procurado por oficiais da Brigada
Militar encarregados do policiamento da Capital. Se melhorei ou piorei o
Projeto, bem, deixo de discutir isso, passo adiante. Mas eles me procuraram,
fardados, vieram aqui e me expuseram as dificuldades que tinham para controlar
a massa que para os estádios se desloca, e que alguns bebem e, bebendo, os
ânimos ficam acirrados, incontroláveis, dificultando o trabalho da Brigada
Militar. Diminuí as distâncias, já na minha experiência parlamentar de mais de
28 anos, vi que eram exageradas, um pedido de soldados, oficiais, militares às
voltas com a realidade da vida, e, diminuindo distâncias, fiz concessões para
que V. Exas. não tropeçassem no Projeto e negassem isso aos oficiais. Não estou
contrariando a mim, vejam bem, não estou tropeçando, sou apenas um intermediário
dos anseios dos oficiais da Brigada Militar encarregados do policiamento de
estádios, em dias de partidas, as mais tormentosas quanto à disciplina. Diminuí
distâncias, e pior, ou melhor, fiz uma Emenda. E o Projeto o que diz? (Lê.)
“Fica proibido, no Município, comercializar ou servir bebidas alcoólicas em
bares ou similares localizados no interior dos estádios de futebol, em ginásios
e praças desportivas, em dias de realização de eventos, bem como num raio de
até 500m (quinhentos metros) desses locais”.
Diminuí
essa distância agora, 24h antes de entrar aqui no plenário, para 200m. Não
posso mais fazer concessões; V. Exas devem lembrar do problema de
Pelotas e de outros incidentes que ocorreram em partidas. Deixo de solicitar o
apoio do Ver. Haroldo que permanece mudo, que é contra, diante da realidade.
Diminuir, numa Emenda nº 01: “Fica proibido, no Município, comercializar ou
servir bebidas alcoólicas em bares ou similares localizados no interior dos
estádios de futebol”. No interior dos estádios de futebol! O que V. Exas
querem mais? Servir cachaça dentro de estádio de futebol? É claro que é
cerveja! Num raio de até 200m, diminuir de 500m, que eu já havia diminuído do
pedido dos oficiais da Brigada, agora diminuo para 200m. Não posso mais fazer
concessões, V. Exas que decidam e me brindem com a derrota, Ver.
Juarez. Isso não é chantagem, mas é algo que cutuca os sentimentos e até a
memória do cidadão responsável. Quem é esse indivíduo que está falando? Quem é
ele? O que ele fez em 28 anos? Deixo que V. Exas respondam, já tenho
um voto contrário do Ver. Haroldo, arauto das grandes partidas, anunciador dos
grandes prélios. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLL
nº 123/04.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, de
repente, eu observo que há uma tendência aqui, de alguns Vereadores, em alguns
momentos, de quererem implantar, em Porto Alegre, a Lei Seca. É o clima que eu
estou vendo de macarthismo, de controles sociais. Quer dizer que, daqui a
pouco, eu vou achar que o George Orwell, que foi autor de grandes livros de
ficção, acaba tendo razão no que aconteceu com o mundo. Infelizmente, nós
saímos de casa e temos de estar trancados, fechados, para nos proteger da turba
que pode adentrar nos nossos prédios. Ali, saindo de casa, ocorre isso. Daí,
dou alguns passos em direção ao meu parque, sou controlado por câmeras de
vídeo, entrando na intimidade, na privacidade da pessoa, por menos que queira.
Agora, essa é a tragédia da realidade que nós estamos vivendo, Ver. Juarez,
essa é a dramática situação. Nós vamos impor isso a Porto Alegre, Ver. Pedro
Américo? Vossa Excelência poderia também proibir uma “cervejinha” nas cantinas
dos quartéis, quando houver jogos lá dentro. Daí é demais, Vereador! É como
disse um Vereador querido, que não é da minha grei partidária, mas é meu amigo
e querido: “Olha, a vida desse jeito não é mais um prazer, é um calvário, Ver.
Isaac”, dizia-me o Ver. Pestana. Fica muito difícil de viver assim, Vereador. O
sujeito vai ao estádio de futebol e não pode “curtir” a sua “cervejinha”,
Vereador!
Retire
o Projeto, V. Exª deu uma contribuição enorme nesses 8 anos em que esteve nesta
Casa, é um homem de sensibilidade. Às vezes, as pessoas pensam que V. Exª é um
homem autoritário, não é nada disso! V. Exª é a antítese disso, amigo e querido
dos seus colegas. Pode haver até Vereador que não seja amigo ou querido, agora,
V. Exª é amigo, querido e estimado por seus colegas. Então, Vereador, eu tenho
certeza de que há Vereadores que, pelo fato de V. Exª ter sido o autor, vão se
constranger na hora da votação de um projeto dessa natureza. Mas não estão
julgando, é óbvio, o Ver. Pedro Américo Leal, estarão julgando o mérito que
diz: “fica proibido, no Município, comercializar ou servir bebidas em bares ou
similares localizados no interior dos estádios, ginásios, praças
desportivas...” Lá no Parcão não vai dar mais para beber mais um traguinho, uma
cervejinha lá, não vai dar. Nem no Parque da Redenção, porque tem o Ramiro
Souto, e tem aquele outro estádio ali no Parcão, e no Marinha do Brasil, também
não, ou seja, está tudo proibido. Ali no Parque do Mercado Bom Fim que fica a
100 metros do Estádio Ramiro Souto, então, ali não vai se poder curtir uma
cerveja!
O
Ver. Gerson Almeida quer sair do Bom Fim, ele mora na rua Fernandes Vieira.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Pedro Américo Leal.)
O SR. ISAAC AINHORN: Mas sempre tem partida lá, nós somos
esportistas, lá sempre tem partida. Lá, sábado e domingo, são os dias da
cervejinha. O senhor não vai me dizer que não toma o seu aperitivo, Ver. Pedro
Américo! Agora, o senhor excetua os restaurantes localizados, clubes,
associações, hotéis e shoppings centers.
Ora, a pobreza não vai nem mais poder beber, porque só vai se poder beber
dentro do shopping center, dentro de
um restaurante do shopping center, mas lá não vai a coréia, Ver.
Pedro Américo. Lá não vai a coréia, é isso Ver. Haroldo. A coréia não vai lá. A
coréia vai ali no Ramiro Souto; a turma ali do Ramiro Souto, e aquele pessoal
que curte o futebol todos os dias. Se nós sairmos daqui agora e formos ali no
Marinha do Brasil, o pessoal daqueles hotéis cinco estrelas, vai poder ficar
curtindo, tomando a sua cervejinha, o seu uisquezinho, seu vinho. Quer dizer,
Vereador, eu acho até que esse Projeto não está legal. E eu sei que o senhor é,
no fundo do seu ser, um liberal, e a sua assessoria também é, porque os conheço
pessoalmente, são meus amigos de juventude; apesar de caminhos políticos
diferentes são meus amigos de juventude. Só quem não curte uma praça, um
parque, uma praia, e que quer cercar tudo, é que vai acabar aprovando esse
Projeto.
Vereador,
eu, pessoalmente, lamento ter de votar contra. E ainda vamos fazer uma Lei Seca
só para o pessoal mais popular, porque ali nos shoppings, ali no Sheraton, há um estádio ali perto, um campo de
futebol, onde o pessoal toma cerveja, onde o Oli e o Neudy - o presidente e o
vice-presidente da Liga de Futebol Amador daquela região - vendem cerveja em
isopor para a turma.
Agora,
em quaisquer circunstâncias, quando o pessoal está jogando futebol, é tudo cara
limpa; mas mesmo com cara limpa já fecha o pau! Já imaginaram que, nem depois
do jogo, no descanso, não poderão festejar a vitória com uma cervejinha? É demais,
Vereador!
Portanto,
não vamos implantar, junto às praças e parques de divertimento, na cidade de
Porto Alegre, uma Lei Seca!
E
chega o Ver. Bosco, imagine, Vereador Bosco, se ali no campo de futebol do
Parcão, no Ramiro Souto, no Mercado Bom Fim, não puderem vender uma cervejinha?
Veja, Vossa Excelência!
Então,
Vereador, apelo para que retire o Projeto da Ordem do Dia, em nome do carinho e
do apreço que seus colegas têm por Vossa Excelência. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para discutir o PLL nº 123/04.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores,
Vereadoras, amigos que nos acompanham, eu fico constrangido em focalizar um
Projeto que vem de um amigo particular meu, o Ver. Pedro Américo Leal – e somos
tão amigos que este relógio aqui me foi dado pelo Pedro Américo; somos amigos,
amigos de fé.
Mas
como tirar a cervejinha!?. É a mesma coisa que dizer “Olha, está proibida a
cerveja nos bailes de carnaval!"
E,
com todo o respeito que tenho pela Brigada Militar, que originou este Projeto
do Ver. Pedro Américo Leal, eu adoro de paixão a Brigada, e é uma das
instituições mais fantásticas que o Rio Grande do Sul tem de exemplo para o
Brasil. Mas a Brigada não tem nada a ver com esse negócio de criar projeto. Tem
de dar é segurança! As leis, fazemos nós!
Então,
vem essa lei. Mas como? Diminuir de 500 metros para 200 metros o raio de ação?
Mentalmente, no Beira Rio – e eu pego a parte dos dois estádios de futebol –,
na Av. Padre Cacique serão quatro estabelecimentos atingidos por esta sua lei,
Vereador! As pessoas que vivem disso terão prejuízo financeiro. São bares das
imediações que sobrevivem vendendo a cervejinha sagrada: "Olha a
cervejinha gelada para comemorar o gol...", e tudo o mais.
No
estádio Olímpico, no Bairro da Azenha e Medianeira, mentalmente, eu dei uma
corrida e são seis estabelecimentos que serão atingidos.
Então,
a exemplo do Ver. Isaac Ainhorn, solicito a V.
Exª que retire este Projeto porque, na real, vai evitar que o povo, o
torcedor, aquele lá de baixo, das classes menos favorecidas não tomem a
cervejinha, porque eu duvido que se proíba a entrada do uísque e da cerveja nos
camarotes do Beira-Rio e do Estádio Olímpico, mesmo porque, parece que ali,
sendo uma propriedade particular, o cidadão compra o camarote, e ele vai levar
de casa. E, aí, as pessoas de posse, que têm os camarotes, vão assistir futebol
tomando a sua cerveja e o torcedor, aquele que faz o grande caldo da torcida
gaúcha, de Grêmio e de Internacional, estarão proibidos da cervejinha na
comemoração da vitória, ou então, para apagar as mágoas de uma derrota.
Por
isso, constrangido, vou votar contra o Projeto e recomendo a sua retirada.
Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para discutir o PLL nº 123/04.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidenta, Margarete Moraes, demais
Vereadores e Vereadoras desta Casa, eu tenho a convicção de que a preocupação
do Ver. Pedro Américo Leal é justa e é meritória. Contudo, a forma como ele
propõe para resolver o problema da violência do entorno dos eventos, no entorno
dos estádios de futebol, é, a meu juízo, infelizmente, equivocada.
É
inadmissível que a gente, em razão de algumas pessoas que eventualmente têm uma
ação, uma atitude violenta no entorno do campo de futebol, que a gente venha
estender isso àquele conjunto de pessoas, àquelas milhares de pessoas que
freqüentam os eventos nos campos de futebol.
Eu
tinha, Ver. Pedro Américo Leal, já ponderado com alguns Vereadores, que tenho
uma preocupação, não como Vereador, mas como cidadão desta Cidade, ao ponto que
estamos efetivamente chegando, no ponto de vista da nossa liberdade enquanto
indivíduo. A gente já está cercado em casa. Eu moro em um prédio que tem grade
e câmeras. Aí, colocamos câmeras no Centro de Porto Alegre, estão propondo
câmeras nas ruas, tem proposta de cercamento de parque - é uma situação muito
delicada Ver. Pedro Américo Leal, porque hoje a gente se vê cercado! Ver a sua
liberdade, enquanto indivíduo, Verª Sofia Cavedon, profundamente restringida,
por conta de ações que não são nossas. Eu sou responsável pela falta de
segurança, eu sou responsável pela agressão, pela violência nos eventos, eu sou
responsável pela falta de segurança nos parques, porque em função disso eu
estou cercado.
Eu
sou um dos que compartilha da idéia de que aquilo que, efetivamente, não
prejudica o outro, que cabe exclusivamente à minha responsabilidade, é da minha
liberdade. É equivocado, Ver. Pedro Américo Leal, nós resolvermos o problema da
violência nos eventos dessa forma.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Pestana, quero lembrar de um conceito que a gente discutia
esses dias da heteronomia e da autonomia; a gente segue construindo regras de
fora para dentro, não constrói a responsabilidade, a capacidade de tomar
decisões e assumir a responsabilidade pelos próprios atos, como deveria ser.
Mas eu queria fazer uma ressalva na fala de V. Exª sobre a questão do coletivo:
há que se pensar que a liberdade individual tem um limite e tem que ter uma
responsabilização. Nós estamos falando de uma situação de grandes massas, de
coletivo de pessoas, em que a irracionalidade acaba preponderando, e isso põe
em risco vidas humanas. Há aí uma relatividade que tem de ser observada.
O SR. CARLOS PESTANA: Verª Sofia Cavedon, a idéia com que a
gente trabalha é que ninguém, evidentemente, está propondo ou sugerindo que com
relação a qualquer ato de violência o indivíduo que fez isso seja isento da
responsabilidade - o indivíduo que tenha agido de forma a prejudicar a
coletividade. Agora, o que não é possível ser admitido é que aqueles, que são a
grande maioria, que vão aos eventos, que bebem e que não prejudicam em nada a
coletividade, sejam penalizados por esta Lei.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA: (Margarete Moraes): Tenho sobre a mesa um Requerimento
apresentado pelo Ver. Pedro Américo Leal pela retirada de tramitação deste
Projeto. E estão inscritos dois Vereadores: Elói Guimarães e Cassiá Carpes.
Consulto, democraticamente se V. Exas desejam se pronunciar. O Ver.
Cassiá Carpes retira a sua inscrição. Estou consultando, democraticamente.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Isso que eu gostaria de dizer, que se
firme o entendimento, Ver. João Antônio Dib, e falo a V. Exª, porque V. Exª, em
outra oportunidade, quando ia à tribuna, e este Vereador estava na Presidência,
um Requerimento desta ordem entrou e eu assegurei a palavra a V. Exª. Então,
nós temos que criar aqui, exatamente, o entendimento e a jurisprudência de que
para Vereadores já inscritos, lhes seja assegurada a inscrição, pois isso
vem-se mantendo na Casa. Dados esses esclarecimentos, eu retiro a minha
inscrição.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, só pediria que na próxima
oportunidade o Projeto passasse pela CEDECONDH, para que nós pudéssemos ajudar,
num grande debate, numa audiência pública. É meritória a intenção do Ver. Pedro
Américo Leal; há alguns pontos com os quais eu concordo, e que a nossa posição
da Comissão poderia ajudar nesse sentido. Portanto, eu entendo que uma
audiência pública com os clubes de futebol, com a área mais detalhada do
esporte levaria a nós termos, quem sabe, emendas que corrigiriam algum detalhe
que os nossos Pares, aqui, notaram no Projeto que proíbe as bebidas alcoólicas
nos estádios de futebol, ginásios, etc.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço pela sugestão do Ver. Cassiá Carpes. É importante, mas, neste caso,
entrou por força do art. 81, por isso não chegou até a CEDECONDH.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, solicitando a
retirada de tramitação do PLL nº 123/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do autor do
Requerimento, Ver. Pedro Américo Leal.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N.º 0288/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 003/04, que autoriza a alienação de próprio
municipal ao Condomínio Edifício Ilana e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, VIII da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 08-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 003/04. (Pausa.) O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, este Projeto se assemelha ao que nós votamos na última
segunda-feira; é na mesma área onde se situava aquele outro imóvel, próximo às
ruas São Manoel, Domingos Crescêncio, Vicente da Fontoura e São Francisco. Da
mesma forma que no anterior, eu fui verificar essa área. É aquela área que, em
1960, se imaginava que poderia ser no interior dos quarteirões a área verde e
que, depois, o Conselho do Plano Diretor, em 1998, entendeu de superar, porque
não havia atingido a finalidade.
O
Município age, neste processo, da mesma forma que agiu no anterior, isto é,
oferece aos lindeiros, dentro do princípio da investidura, a possibilidade da
compra pelo valor da avaliação. Essa avaliação foi feita, acompanha o Projeto
de Lei do Legislativo, o processo administrativo correspondente. Eu olhei todos
os detalhes e posso dizer tranqüilamente que, de certa maneira, até extrapolei
no meu relatório da Comissão de Constituição e Justiça, porque disse que além
do aspecto legal ser absolutamente correto, tinha mérito essa proposição. É
algo que o Município vem fazendo há mais tempo naquela área e também no
Loteamento Três Figueiras, com aquelas áreas de pedestres que se mostraram
absolutamente incapazes de atender o objetivo com que haviam sido previstas há
alguns anos.
De
todas as situações, não se diga que há implicação do atual Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano, pois já, antes de 1999, se havia formado essa
consciência. Eu diria até, que não exageraria em fazer uma homenagem até aos
Prefeitos anteriores ao PT, porque essa situação, especialmente nesta área do
Bairro Santana, Ver. João Antonio Dib, nós começamos a fazer esse levantamento
- e o fizemos por sua orientação - daquelas áreas que estavam transformando-se
em locais onde se colocava o lixo, se colocava uma série de coisas, e que,
isoladamente, não servem para nada; porque eles não têm as limitações do lote
mínimo, e, como tal, elas não podem ser comercializadas para quem quer que seja
que vá ali fazer uma edificação. Ou seria uma reserva técnica do interior do
quarteirão, ou têm que ser oferecidas aos lindeiros, como é o caso aqui do
Condomínio Edifício Ilana, que irá transformar essa área que ele já utiliza
como uma espécie de área de lazer para o condomínio em si, e agora ele vai
fazer com todo o direito, porque irá pagar para ficar com essa propriedade. Era
isso que eu tinha a dizer sobre a matéria.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais quem queira discutir. Em
votação o PLE nº 003/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO pela
unanimidade dos presentes.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N.º 2225/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 011/04, que autoriza a desafetação de área do
uso especial de imóvel de domínio público municipal, destinado à passagem de
pedestres, localizado junto ao imóvel da Rua João Wallig, n.º 800, e sua
alienação ao espólio de Olga Soares Pinheiro, e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Gerson Almeida: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Renato Guimarães: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, VIII da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 08-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 011/04. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3914/04 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 012/04, de autoria do Ver.
Wilton Araújo, que altera dispositivos da Lei Complementar n.º 197, de 21 de
março de 1989, e alterações posteriores, que institui e disciplina o Imposto
sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e de
direitos reais a eles relativos, e estabelece o parcelamento do imposto em dez
frações mensais e consecutivas. Com
Emenda n.º 01.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do
Dia, por força do art. 81 da LOM, em 06-12-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCL nº 012/04. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
com os votos contrários dos Vereadores Guilherme Barbosa, Gerson Almeida, Maria
Celeste, Carlos Pestana, Haroldo de Souza e Sofia Cavedon.
O
Ver. Gerson Almeida solicita verificação nominal de votação. Em votação nominal
o PLCL nº 012/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Sete Vereadores
presentes. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h46min.)
* * * * *